“Não briguem”, pediu Suu Kyi em Rakhine, de onde os Rohingya são expulsos

“Vivam de forma pacífica”, pediu líder birmanesa, ignorando acusações de limpeza étnica.

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Suu Kyi visitou Rakhine pela primeira vez desde Agosto, quando começaram as operações militares NYUNT WIN/EPA

Aung San Suu Kyi, a líder de facto do Governo birmanês, visitou pela primeira vez o estado de Rakhine, de onde foram expulsos quase todos os habitantes da minoria Rohingya, no que está a ser denunciado como uma acção de limpeza étnica dos militares birmaneses. A mensagem que Suu Kyi, Nobel da Paz, deixou foi algo que a Reuters traduziu para um brando “não briguem”.

Pelo menos 600 mil pessoas da minoria muçulmana Rohingya fugiram para o vizinho Bangladesh, relatando uma violência absoluta — mães cujos bebés lhes foram arrancados do colo pelos soldados e lançados às chamas, como contou o New York Times, por exemplo. Muitos Rohingya têm ferimentos de bala e queimaduras.

As autoridades birmanesas têm rejeitado as acusações de limpeza étnica, afirmando que está em curso apenas uma operação para controlar um grupo militante Rohingya, que atacou 30 esquadras e dois quartéis em Rakhine, a 25 de Agosto.

Suu Kyi disse apenas três coisas aos habitantes locais, quando saiu do carro em Maungdaw, um dos locais onde a violência foi pior, contou a Reuters, citando o activista Chris Lewa, de um grupo de defensa dos direitos dos Rohingya. “Devem viver de forma pacífica, o Governo está aqui para vos ajudar, e não devem discutir uns com os outros, brigar.” Suu Kyii reuniu-se com um grupo de líderes religiosos muçulmanos.

Vários observadores explicaram a opção de Suu Kyii de não criticar a operação contra os Rohingya como uma forma de evitar represálias dos militares, que ainda detêm grande poder na Birmânia.

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