São japonesas e fanáticas pela Coreia do Norte

Juntam-se para celebrar a cultura do país liderado por Kim Jong-un, mas não se livram de críticas.

Reuters/TORU HANAI
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Não é fácil pertencer a um clube de fãs da Coreia do Norte. Pelo menos é o que diz Chunhun, a líder de um grupo japonês que reúne admiradores do país liderado por Kim Jong-un. São raros os dias em que não recebe e-mails com mensagens ofensivas e esta sua faceta já lhe deu problemas na altura de conseguir um emprego.

“Infelizmente, perguntam-me muitas vezes se sou uma espia da Coreia do Norte”, desabafa esta ilustradora freelancer na casa dos 20 anos. Talvez por isso, Chunhun e os restantes elementos do grupo, sobretudo mulheres, fazem questão de reforçar que o seu fascínio se prende sobretudo com a cultura do país e não com o seu polémico líder.

No caso de Chunhun, tudo começou na universidade quando se cruzou com a arte norte-coreana, nomeadamente com os cartazes de propaganda. Depois, estagiou numa publicação online especializada na Coreia do Norte, e posteriormente criou este grupo.

Os seus dias começam quase sempre a escutar Moranbong, uma banda norte-coreana exclusivamente feminina, cujos elementos são alegadamente escolhidos por Kim Jong-un. “Ouço as músicas delas pela mesma razão que muitas raparigas japonesas ouvem [o género musical sul-coreano] K-Pop ou Taylor Swift”, explicou numa entrevista ao Japan Times.

Muitas das reuniões deste clube de fãs acabam por ser ocupadas com recriações de actuações das Moranbong. Vestem-se com uniformes iguais, incluindo fardas militares, e partilham entre si comida e outros produtos de origem norte-coreana, incluindo maquilhagem e lembranças compradas na cidade chinesa de Dandong, que fica na fronteira norte do país.

“Sei que aquilo que o regime faz é imperdoável, mas é errado criarmos anticorpos simplesmente porque é a Coreia do Norte, afirmou ao Japan Times. “Ao introduzir a cultura do país, a sua moda, a sua música e as suas artes, quero que os japoneses percebam que há boas pessoas a viver lá e que não podem ser julgadas por aquilo que o governo faz”.

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