As primeiras impressões do iPhone X

Alguns jornalistas especializados já testaram o novo topo de gama da Apple. A opinião é positiva, mas o mais caro iPhone de sempre não está isento de falhas.

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O reconhecimento facial foi a funcionalidade que mais interesse suscitou Reuters/THOMAS PETER

O iPhone X, o novo topo de gama da marca, começou a chegar às mãos dos jornalistas especializados para os primeiros testes e críticas. É o mais caro iPhone de sempre: a versão mais barata custa em Portugal 1179 na loja da Apple, embora os contratos com operadores permitam comprá-lo a um preço inicial mais reduzido.

O telemóvel (que foi revelado a par dos iPhone 8 e 8 Plus) tem um ecrã de 5,8 polegadas, com um recorte no topo, onde surgem a câmara e sensores. Outra das novidades é a ausência do botão principal, cujas funcionalidades (como a de regressar ao primeiro ecrã) são substituídas por gestos. Sem botão, não há também o leitor de impressões digitais. A autenticação do utilizador pode ser feita com um novo sistema de reconhecimento facial – que foi uma das funcionalidades que mais atenção obtiveram por parte dos críticos que já tiveram o aparelho nas mãos. Boa parte deles experimentou o iPhone X, durante apenas um ou dois dias, pelo que, aspectos como a duração da bateria e o desempenho não foram ainda devidamente explorados.

O site TechRadar classificou o telemóvel como “entusiasmante” e capaz de apelar aos fãs da marca: “O iPhone X é um dos telemóveis mais entusiasmantes lançados nesta década – mas não porque ofereça algo particularmente novo ou inovador. É entusiasmante porque é o redesenho mais radical de um iPhone até agora, juntando uma série de tendências-chave do sector e incluindo um nível de refinamento que vai atrair legiões de fãs da Apple”. O site, no entanto, notou o custo “muito, muito elevado” e um comportamento errático da tecnologia de reconhecimento facial.

Já o TechCrunch, após uma semana com o aparelho, afirmou que a identificação facial funcionou bem, incluindo no escuro e sem olhar directamente para o telemóvel. O site refere também que o sistema foi fácil de configurar: foi preciso rodar duas vezes a cabeça em frente à câmara, como que desenhando um círculo com o nariz. O site também faz observações positivas sobre as câmaras do iPhone X, destacando a funcionalidade de estabilização. Mas refere que, quando tiradas em boas condições de luminosidade, as fotografias são idênticas às do iPhone 8.

O site The Verge observou que, à primeira vista, o iPhone X não parece um telemóvel verdadeiro, uma sensação para a qual contribui o facto de a Apple ter retirado todas as letras e símbolos da parte traseira do aparelho, com excepção da palavra iPhone. O site também destaca a qualidade do ecrã, que é o primeiro num iPhone a usar tecnologia OLED (e é fabricado pela Samsung, rival da Apple).

O artigo, no entanto, refere falhas com aplicações, devido ao recorte no topo. Algumas aplicações já foram actualizadas para se adaptarem, o que significa que mostram uma moldura preta (ou de outra cor) à volta, fazendo com que o espaço útil no ecrã seja mais reduzido. Nas aplicações que não fizeram actualizações para o peculiar formato do ecrã, surgem problemas, como ícones e funcionalidades que ficam escondidos. No YouTube, exemplifica The Verge, os vídeos podem correr numa janela pequena, ou em ecrã inteiro e em modo horizontal – mas nestes casos o recorte esconde parte das imagens. O site, de resto, critica o modo horizontal do telemóvel: o recorte “deixa de ser um elemento mais ou menos irrelevante na barra do topo para ser uma interrupção gigante na lateral do ecrã”. Neste modo, a barra no fundo (a nova funcionalidade de software que vem substituir algumas funções do botão) também surge por vezes por cima do conteúdo.

Por seu lado, a CNet fez vários testes ao reconhecimento facial do iPhone X. Com óculos escuros, tudo correu bem, tal como aconteceu com a tentativa do utilizador de desbloquear o aparelho usando um cachecol e até com um teste em que o utilizador (um homem) pôs uma barba postiça. Já usar uma longa peruca fez com que o iPhone não reconhecesse o dono (o Wall Street Journal deu-se a muito trabalho para enganar, com sucesso, a tecnologia de reconhecimento).

Na Wired, o veterano jornalista Steven Levy (que foi um dos que teve acesso por antecipação ao iPhone original) focou-se mais no impacto que a tecnologia poderá vir a ter, do que nas especificações técnicas e nas características do produto enquanto bem de consumo. Levy escreveu que o iPhone X é “um passo para esbater a manifestação física da tecnologia numa névoa em que esta simplesmente está lá – um telefone que é ‘todo ecrã’, que se liga simplesmente ao ver-nos, que retira a mecânica dos botões e dos cabos de carregamento”.

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