Sindicatos "tranquilos" com eventuais saídas de trabalhadores

Poderá haver processos de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.

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Em 2016, Novo Banco reduziu o quadro de pessoal em mais de 400 pessoas patricia martins

Os sindicatos representativos dos bancários, que estiveram reunidos com o presidente do Novo Banco, António Ramalho, mostraram-se "tranquilos" com eventuais processos de saída de trabalhadores, convictos de que serão apenas pontuais e com condições aceitáveis para os funcionários.

Representantes dos sindicatos dos bancários da UGT e do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB) disseram à Lusa, no final da reunião de cerca de uma hora com António Ramalho, que o presidente do Novo Banco transmitiu uma mensagem positiva sobre o futuro da instituição e dos trabalhadores.

"Estamos tranquilos", disse à Lusa Mário Mourão, representante da Febase, federação do sector bancário (ligada à UGT), referindo que a administração do banco espera até 2021 processos naturais de saída de trabalhadores e que, pontualmente, poderá haver processos de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo, "com condições aceitáveis".

Também Paulo Marcos, presidente do SNQTB, afirmou que "nada de catastrófico" se espera para os trabalhadores do Novo Banco em Portugal nos próximos anos e referiu que a administração garantiu que eventuais processos de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo serão "previamente negociados com os sindicatos e sem assédio moral aos trabalhadores".

Os dirigentes sindicais não indicaram à Lusa quantos trabalhadores do Novo Banco poderão ser abrangidos por estes processos até 2021, referindo que a administração da instituição financeira não transmitiu essa informação, mas que poderá divulgá-la mais tarde.

O Novo Banco reduziu o seu quadro de pessoal em mais de 2000 trabalhadores desde que foi criado.

Em Agosto passado trabalhavam no grupo Novo Banco 5678 pessoas (95% nas actividades em Portugal e as restantes nas operações no estrangeiro), um número que significa uma redução de 2.044 pessoas quando comparado com os 7.722 trabalhadores que o grupo bancário tinha no final de 2014.

A saída dos cerca de 2000 trabalhadores do Novo Banco nestes quase três anos deu-se por várias formas, como a venda de algumas operações (com consequente redução de trabalhadores, que ficaram a trabalhar com os novos donos dessas entidades) e por saídas naturais (como reformas).

Contudo, a maioria das saídas deveu-se a processos de rescisões, reformas antecipadas e houve mesmo um despedimento colectivo, no âmbito das reestruturações que a instituição levou a cabo.

Só este ano, o Novo Banco reduziu o quadro de pessoal em mais de 400 pessoas.

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