Escassez diminui mas hiperinflação impede compras, diz José Luís Carneiro

Há mais oferta de produtos nos supermercados venezuelanos, mas os preços estão a impedir os consumidores, entre eles portugueses, de os adquirirem.

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Reuters/ALESSANDRO BIANCHI

O abastecimento de bens básicos alimentares melhorou nos últimos meses na Venezuela, mas a hiperinflação está a impedir os portugueses de adquirirem os produtos disponíveis, disse  o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. José Luís Carneiro realiza uma viagem de três dias à Venezuela, durante a qual quer conhecer as preocupações da comunidade portuguesa em Caracas, Maracaibo, Los Anaucos e Carrizal. 

"Voltamos a ouvir questões relacionadas com a escassez de muitas famílias, nomeadamente no domínio alimentar, não porque haja falta de produtos, porque todos reconhecem que hoje felizmente estamos melhor (...) mas fundamentalmente porque a hiperinflação conduz a que, com base no rendimento médio do trabalho, não se consiga adquirir muitos dos produtos alimentares disponíveis", disse.

Esta melhoria no abastecimento, precisou, tem relação com o mês de Julho, altura em que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas também esteve na Venezuela.

Durante um encontro no Centro Português de Caracas, Carneiro deixou "ficar mais uma vez uma palavra de sensibilização do Governo português" para a necessidade de se continuar "a apoiar o movimento associativo" e manter "o esforço já desenvolvido, relativamente à agilização, na atribuição dos apoios destinados aos emigrantes carenciados e aos idosos carenciados".

"Por outro lado, foi possível também ouvir preocupações nomeadamente com a escassez de alguns tipos de medicamentos", disse.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reiterou que "essas necessidades devem ser comunicadas às instituições associativas ou à embaixada de Portugal" para a criação de mecanismos que permitam, em medicamentos que não exigem prescrição médica, "disponibilizar alguns apoios ao movimento associativo destinados a comparticipar ou a ajudar nesse apoio ao nível da saúde".

José Luís Carneiro começou por "sublinhar o reconhecimento muito positivo que foi feito por parte dos intervenientes" no encontro no Centro Português, no reforço dos apoios ao movimento e "no trabalho conjugado com o Governo regional da Madeira, para apoiar os portugueses ou luso-descendentes que decidiram regressar temporariamente ou definitivamente a Portugal".

O responsável referia-se, nomeadamente, ao trabalho desenvolvido em relação às questões da língua e da formação em língua portuguesa, as questões ligadas à formação profissional dos que regressaram e ao apoio àqueles que regressaram e querem desenvolver as experiências empresariais próprias.

José Luís Carneiro destacou o trabalho conjugado com a secretaria de Estado da Habitação para a articulação de esforços destinados à recuperação de habitações de muitos portugueses que estão a regressar. E ainda a cooperação relativa à saúde.

Segundo o secretário de Estado, a comunidade pretende aproveitar a nova janela de oportunidade que resulta do novo decreto-lei de apoio ao movimento associativo e está preparar projectos para formular as suas candidaturas, até ao dia 31 de Dezembro, ligados à língua, ao ensino da língua, à promoção da cultura e ao apoio na área da saúde.

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