Arábia Saudita autoriza mulheres a assistir a jogos em três estádios a partir de 2018

O reino começou recentemente a aliviar as restrições às mulheres.

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Na Arábia Saudita as mulheres estão submetidas à tutela de um homem da família, normalmente o pai, o marido ou um irmão, para estudarem ou viajar Ali Jarekji/Reuters

A Arábia Saudita vai autorizar as mulheres a assistir a acontecimentos desportivos em três estádios do país a partir de 2018, indicaram as autoridades do reino ultraconservador este domingo.

Segundo a Autoridade Geral do Desporto, numa mensagem na rede social Twitter, três estádios, em Riade, Jeddah (Oeste) e Dammam (Leste) começaram a ser preparados para receber famílias a partir do início de 2018.

A decisão inédita é anunciada numa altura em que o reino começou recentemente a aliviar as restrições às mulheres.

Em Setembro, o Rei Salmane permitiu que as mulheres sauditas possam conduzir automóveis a partir de Junho de 2018, uma decisão histórica naquele que é o último país do mundo que interdita a condução automóvel às mulheres.

Poucos dias antes, centenas de mulheres sauditas já se tinham sentado pela primeira vez num estádio em Riade, por ocasião do feriado nacional, para assistir a concertos e fogos de artifício. Até então nunca tinham sido admitidas em estádios, no âmbito da aplicação da regra de separação de géneros em espaços públicos.

Na Arábia Saudita as mulheres estão submetidas à tutela de um homem da família, normalmente o pai, o marido ou um irmão, para estudarem ou viajar.

No quadro de um ambicioso plano de reformas económicas e sociais para o horizonte de 2030, no sentido de limitar a dependência do petróleo, Riade parece estar a amenizar restrições que eram impostas às mulheres, apesar da oposição dos ultraconservadores.

Em Julho, os activistas pelos direitos humanos já se tinham congratulado com a decisão do Ministério da Educação de permitir que as raparigas pratiquem desporto nas escolas públicas.

As mulheres sauditas não são autorizadas a praticar desporto em público. A abertura de salas de desporto privadas para mulheres suscitou polémica.

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