Vestas vence na chegada da Volvo Ocean Race a Lisboa

A equipa liderada pelo skipper Charlie Enright dominou a etapa inicial da competição e terminou as primeiras 1450 milhas náuticas da regata à frente das favoritas MAPFRE e Dongfeng.

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As embarcações da Volvo Ocean Race chegaram este sábado a Lisboa Reuters/HEINO KALIS

Seis dias depois de os sete Volvo Race 65 partirem de Alicante, a Vestas 11th Hour Racing foi a primeira equipa a atracar em Lisboa, porto de chegada da regata inicial da 13.ª edição da Volvo Ocean Race (VOR). Com uma táctica quase perfeita, o barco liderado pelo skipper norte-americano Charlie Enright comandou praticamente de início ao fim as 1450 milhas náuticas que ligaram a cidade espanhola à capital portuguesa, deixando a uma distância significativa a concorrência. A MAPFRE e a Dongfeng Race Team, duas das principais favoritas à vitória, ocuparam os restantes lugares do pódio. A etapa entre Alicante e Lisboa fica ainda marcada por um feito histórico para a vela portuguesa: pela primeira vez, dois velejadores nacionais competiram em simultâneo na prestigiada regata à volta do mundo.

Há três anos, as esperanças da Vestas em conseguir um bom resultado na 12.ª edição da VOR encalharam, literalmente, no atol de Saint Brandon, em pleno Oceano Indício. Na segunda etapa da VOR 2014-15, o barco da equipa dinamarquesa ficou danificado após embater num banco de areia a cerca de 260 milhas a nordeste da Ilha Maurícia, a meio caminho entre a Cidade do Cabo e Abu Dhabi, obrigando a Vestas a ficar de fora de seis das nove regatas da prova. Desta vez, os ventos parecem começar a correr de feição para a equipa agora liderada pelo skipper norte-americano Charlie Enright.

Na etapa mais portuguesa de sempre da VOR – chegada a Lisboa e passagem por Porto Santo -, a Vestas foi claramente superior e conseguiu manter sempre uma vantagem significativa sobre a concorrência. No final, Enright, que é o terceiro norte-americano a vencer a etapa inicial da VOR, destacou as “boas decisões e comunicação” entre a equipa ao longo dos seis dias, mas alertou que “ainda há muito trabalho a fazer”. “Não vamos descansar sob os elogios”, garantiu.

Com uma “armada” de luxo, a MAPFRE é apontada como a grande favorita a festejar a vitória na competição dentro de oito meses, quando a competição terminar em Haia, na Holanda, mas para já os espanhóis começaram com um segundo lugar e um susto: a falta de vento à chegada a Lisboa deixou o Volvo Race 65 liderado por Xabi Fernández praticamente parado no Tejo, permitindo que a Dongfeng se aproximasse perigosamente. No entanto, os espanhóis foram serpenteando pelas águas do rio, conseguindo segurar o segundo lugar.

Apesar do terceiro lugar, a Dongfeng liderada pelo francês Charles Caudrelier mostrou toda a sua qualidade. O barco franco-chinês iniciou muito mal a etapa e à passagem por Gibraltar estava em último lugar, mas Caudrelier soube recuperar terreno e chegar a Lisboa “em cima” da MAPFRE.

Fora do pódio, no quarto lugar, ficou a AkzoNobel que contou na sua tripulação com António Fontes. O velejador português faz parte da equipa Team Sun Hung Kai (quinto classificado), mas desentendimentos na equipa holandesa levaram a que Brad Jackson, Joca Signorini e Jules Salter abandonassem a equipa nas vésperas do início da VOR, e Fontes acabou por fazer esta etapa como velejador “emprestado”.

O outro português que participou na etapa inicial da VOR 2017-18 foi Bernardo Freitas, na Turn the Tide on Plastic. A equipa de bandeira portuguesa estava, à hora de fecho desta edição, a poucas milhas de Lisboa, em luta pelo sexto lugar com a Team Brunel, a grande desilusão da primeira etapa.

 

 

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