Greve: 90% das escolas de todo o país estão encerradas

"Há agrupamentos inteiros encerrados", segundo Mário Nogueira. Hospitais muito afectados, avançam ainda sindicatos.

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Ricardo Lopes
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A greve de professores e funcionários escolares obrigou ao encerramento de 90% das escolas de todo o país, sendo já considerada "a maior greve de professores desde 2013", segundo a Fenprof.

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apresentou os primeiros dados sobre o efeito da greve nacional da Função Pública e da adesão dos professores à paralisação. "Há 90% de escolas fechadas. Há agrupamentos inteiros encerrados", disse Mário Nogueira, referindo-se a estabelecimentos de ensino desde o Norte até ao Sul do país.

"Há direcções inteiras de escolas a fazer greve", disse Mário Nogueira, dando como exemplo escolas no Seixal. "Esta greve é claramente a maior greve desde 2013, altura em que foram feitas três semanas de greve no período de avaliações", afirmou o líder da Fenprof, alertando o Governo que tem de olhar para estes números como "um sério aviso que não pode deixar de ser tido em conta".

Na Escola Secundária do Lumiar, em Lisboa, 73% dos docentes fizeram greve, enquanto na Quinta dos Franceses, no Seixal, a adesão foi de 100% e na escola Rainha Santa, em Coimbra, apenas 7% dos professores compareceram esta manhã, segundo números da Fenprof que revelam ainda que as escolas do 1.º ciclo do concelho de Faro estão todas encerradas.

Mário Nogueira voltou a sublinhar que é "absolutamente inaceitável" a proposta do Orçamento do Estado no que toca à carreira dos professores, que são vítimas de uma "discriminação inadmissível". Segundo a Fenprof, ao contrário dos outros funcionários públicos, os professores vão perder "nove anos, quatro meses e dois dias".

Hospitais: 100%

A adesão à greve no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10h desta sexta-feira, próxima dos 100%, segundo a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o actual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de Janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de Maio deste ano, que teve como objectivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.

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