"Tenho a certeza de que vamos retomar um excelente esforço de cooperação institucional", diz Costa

Primeiro-ministro responde que tem "nervos de aço" quando questionado sobre o "choque" sentido por causa do discurso do Presidente. Costa apela a que não se façam queimadas.

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LUSA/PAULO NOVAIS

O primeiro-ministro não negou esta sexta-feira à tarde a tensão com o Presidente da República defendendo que os dois devem "retomar e prosseguir" a sua relação baseada numa "cooperação institucional" muito "apreciada pelos portugueses". Foi a primeira vez que António Costa fez declarações sobre a notícia do PÚBLICO que esta quarta-feira dava conta de que o Governo tinha ficado "chocado" com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a reacção aos incêndios, uma vez que tinha acertado tudo previamente com o Chefe de Estado. 

"Tenho nervos de aço e sou um optimista, às vezes irritante, mas sempre optimista. Tenho a certeza de que vamos retomar todos e prosseguir o que os portugueses têm apreciado muito, por parte do Presidente da República, da Assembleia da República, da parte do Governo, que é um excelente esforço de cooperação institucional. E que aquilo que tem corrido bem nestes últimos anos não vai deixar de correr bem", disse quando questionado pelos jornalistas sobre se já estava recuperado do choque com as palavras do Presidente da República.

Nesta resposta, António Costa não só não nega que houve um mau-estar entre São Bento e Belém como utiliza uma expressão que Marcelo usou em tempos para o definir, ao dizer que é um "optimista, às vezes irritante".

Ainda sobre as relações com o Presidente da República, António Costa reforçou a defesa de que "o que o país precisa é que os órgãos de soberania continuem a fazer o que têm feito neste últimos dois anos, que é uma cooperação exemplar entre si, contribuindo para um bom relacionamento institucional, que tem sido um dos factores mais importantes para a motivação dos portugueses".

Na conversa com os jornalistas, Costa apelou ainda a que nos próximos dias não se façam queimadas, tendo em conta que há uma previsão de continuação do tempo quente. Contou o primeiro-ministro que as forças de prevenção detectaram já duas queimadas e que nos próximos dias é "absolutamente proibido fazer queimadas nesta época". "Sei que as pessoas estão habituadas, mas o clima não está como é habitual, está diferente".

Tendo em conta as temperaturas elevadas, Costa garantiu que houve uma duplicação "dos meios aéreos" e que foram mobilizados "quatro mil bombeiros". Além disso há um "reforço do patrulhamento pela GNR, quer da PSP quer pelas forças armadas".

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