Quénia adia presidenciais em zonas da oposição devido à violência política

Votaram apenas 35% dos eleitores e Uhuru Kenyatta vai na frente com 97% dos votos.

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DAI KUROKAWA/EPA

As autoridades do Quénia disseram na sexta-feira que adiavam indefinidamente a eleição presidencial em algumas zonas do país devido ao risco da violência, ao mesmo tempo que a oposição considerou a eleição de quinta-feira como "fraudulenta" e pediu que o processo eleitoral fosse cancelado.

Em quatro regiões que são bastiões da oposição, as presienciais deveriam realizar-se sábado, depois de terem sido canceladas na quinta-feira por causa da violência que matou pelo menos cinco pessoas e feriu mais de 50.

Os habitantes bloquearam ruas, na tentativa de boicotar as eleições, conforme pedira o líder da oposição, Raila Odinga, que se retirou da corrida por considerar que a eleição não ia ser justas. Uma decisão que deixou o actual Presidente, Uhuru Kenyatta, sem opositor eleitoral.

Apesar de Odinga ter pedido aos apoiantes para se manterem pacíficos, a violência eclodiu sobretudo em Kisumu, Kibera e Mathare, quando a polícia de choque tentou levantar os bloqueios.

No resto do Quénia, a maior parte das mesas de voto estiveram abertas, mas apenas 35% dos eleitores votaram e houve confrontos também em Nairobi e Mombaça.

Kenyatta conseguiu 97% dos votos, segundo os media locais, mas a enorme abstenção vai enfraquecer o seu segundo mandato.

O risco de a violência alastrar é grande, dizem os analistas. Num bairro de lata de Nairobi, Kawangware, uma testemunha da Reuters viu um grupo de 100 jovens armados de machetes. Usavem t-shirts vermelhas, a cor do partido no poder.

Esta votação – assim com a primera eleição presidencial, em Agosto, anulada pelo Supremo Tribunal por iregularidades – expõe as profundas divisões étnicas e políticas do Quénia. Desde Agosto, morreram 50 pessoas devido à violência política.

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