Juncker será doutor honoris causa da Universidade de Coimbra

Cerimónia de distinção do presidente da Comissão Europeia vai realizar-se na terça-feira. UC diz que pretende reconhecer o papel da UE

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LUSA/STEPHANIE LECOCQ

A Universidade de Coimbra vai distinguir com o grau de doutor honoris causa o presidente da Comissão Europeia Jean Claude Juncker. A proposta partiu da Faculdade de Direito e a cerimónia vai decorrer na terça-feira, 31 de Outubro.

A atribuição do grau é fundamentada com o reconhecimento do papel da União Europeia. "Distinguir o presidente da Comissão Europeia permite reafirmar o nosso apoio à União Europeia”, diz o reitor, João Gabriel Silva, referindo-se à instituição que dirige.

O mesmo responsável sublinha que a UE foi um “espaço de cooperação que trouxe à Europa um período de paz e prosperidade sem precedentes na história”, defendendo “que é essencial que continue [a sê-lo], apesar de um preocupante renascimento de nacionalismos populistas que importa combater".

Um dos papéis protocolares será assumido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que será o apresentante de Juncker. Os elogios ficam a cargo de dois professores catedráticos da FDUC. O elogio do candidato será proferido por Fernando Alves Correia e o elogio do apresentante por Jorge Coutinho de Abreu.

A faculdade que propôs a atribuição do título sublinha que o presidente da Comissão Europeia "possui uma carreira política relevante, tendo desempenhado, desde cedo, as mais elevadas funções na vida política do Grão-Ducado do Luxemburgo, país de onde é originário". A FDUC destaca ainda que o papel de Juncker no projecto europeu, referindo-se a ele como "um dos obreiros do Tratado de Maastricht, que teve o privilégio de assinar em 1992".

Antes de estar à frente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker foi primeiro ministro do Luxemburgo, entre 1995 e 2013, tendo sido também ministro das Finanças.

Em 2014, documentos analisados e publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas revelaram que, entre 2002 e 2010, mais de 350 multinacionais mantiveram acordos secretos com o Luxemburgo.

Algumas dessas empresas beneficiaram de taxas de imposto inferiores a 1% sobre os lucros que transferiram para o país quando Juncker era primeiro-ministro, numa operação negociada pela consultora PwC em nome dos seus clientes. O caso ficou conhecido como Luxleaks.

Presentes na cerimónia estarão também o primeiro-ministro António Costa e o comissário europeu para a investigação, ciência e inovação Carlos Moedas.

A agenda do dia não se esgota na atribuição do título. Durante a tarde de terça-feira, Jean-Claude Juncker visita a Associação Académica de Coimbra, seguindo depois para o Teatro Académico de Gil Vicente, onde, juntamente com António Costa, será um dos oradores na conferência Futuro da Europa - Que Europa queremos?.

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