Presidenciais marcadas por confrontos violentos

Repetição das eleições de Agosto, que foram anuladas pelo Supremo, decorre sob apelo ao boicote por parte da oposição.

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Apoiantes da oposição no Quénia envolveram-se nesta quinta-feira em confrontos com a polícia, num dia em que os eleitores vão às urnas eleger o próximo presidente. O actual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta, é apontado como favorito à vitória.

Na cidade de Kisumu, a polícia recorreu a gás lacrimogéneo e disparou rajadas sobre uma multidão que atacava com pedras e incendiou barricadas, composta por apoiantes do líder da oposição queniana, Raila Odinga, que apelou ao boicote eleitoral.

Os tiros da polícia mataram pelo menos uma pessoa e fizeram três feridos, segundo uma enfermeira desta cidade, onde a Reuters não encontrou locais de voto abertas.

A polícia de choque interveio igualmente em Kibera e Mathare, dois bairros voláteis nos arredores da capital, Nairóbi. Os manifestantes atearam fogos em Kibera e incendiaram uma igreja em Mathare.

Cerca de 50 pesoas foram mortas, a maioria das quais por agentes das forças de segurança, desde a primeira ida às urnas, a 8 de Agosto. O Supremo Tribunal do Quénia anulou o resultado dessa votação, que deu a vitória ao actual Presidente Kenyatta, com base em erros processuais, e ordenou a repetição do acto eleitoral num prazo de 60 dias. Porém, Odinga decidiu apelar a um boicote eleitoral, porque, segundo diz, o acto está ferido de injustiça. 

Toda a região da África oriental acompanha com interesse estas eleições, já que muitos dependem do Quénia enquanto ponto nevrálgico de negócios. Mas também na África ocidental há muitos olhos postos naquele país, visto que Nairóbi é encarada como a muralha de protecção antiterrorista, tendo em conta as actividades do Daesh na Somália. Além disso, contam com os conflitos civis no Sudão do Sul e no Burundi.

A tensão tomou conta das localidades com maior presença de adeptos de Odinga. Já na capital, por seu lado, os locais de voto apresentavam de manhã um cenário menos concorrido do que o das eleições de Agosto, entretanto anuladas.

A polícia dá conta de "episódios isolados de violência" em cinco dos 47 condados, incluindo um homem baleado mortalmente na cabeça em Homa Bay.

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