ONU acusa regime de Assad de ataque químico que matou 81 pessoas

Em Abril, um ataque aéreo com gás sarin provocou dezenas de vítimas, incluindo 31 crianças, na região síria de Idlib.

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Imagem do ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun no dia 4 de Abril com um elemento da protecção civil a respirar através de uma máscara de oxigénio Reuters/AMMAR ABDULLAH

As Nações Unidas declaram esta quinta-feira que o regime sírio de Bashar al-Assad é o responsável pelo ataque químico na região de Idlib que vitimou 87 pessoas, incluindo 31 crianças, em Abril.

O regime de Assad vinha sendo acusado, principalmente por parte dos EUA, de ser o responsável pelo ataque aéreo à cidade Khan Sheikhoun, região de Idlib, dominada pela oposição rebelde ao Governo de Damasco, onde foi utilizado o gás sarin.

Esta posição vem expressa num relatório da autoria do supervisor da ONU para as armas químicas, chamado Mecanismo de Investigação Conjunto (JIM, na sigla em inglês), e da Organização para a Proibição de Armas Químicas. Aí, os autores dizem estar “confiantes de que a República Árabe da Síria é responsável pelo lançamento de sarin em Khan Sheikhun".

“O relatório de hoje confirma o que há muito sabíamos ser verdade”, disse a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, citada pela BBC.

Haley reagiu às conclusões do relatório em comunicado, com críticas duras e com mensagens subentendidas para Moscovo: “Uma e outra vez, vemos confirmações independentes de utilização de armas químicas pelo regime de Assad. E apesar destes relatórios independentes, ainda vemos alguns países a tentar proteger o regime. Isto tem de acabar agora”.

“Ignorar a enorme quantidade de evidências neste caso mostra o propositado desprezo por normas acordadas internacionalmente”, continua a embaixadora norte-americana. “O Conselho de Segurança tem de enviar uma mensagem clara de que o uso de armas químicas por quem quer que seja não vai ser tolerado, e tem de apoiar totalmente o trabalho dos investigadores imparciais. Os países que não o façam não são melhores do que os ditadores e terroristas que utilizam estas armas terríveis”.

Tanto Assad como a Rússia negaram sempre as acusações de que o regime sírio havia sido responsável pelo ataque, afirmando até que o incidente tinha sido fabricado. Ainda não existiu reacção nem de Damasco nem de Moscovo a estas conclusões da ONU.

Três dias depois do ataque, os EUA lançaram de surpresa 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea do regime de Damasco.

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