Jerónimo Martins investe 422 milhões até Setembro

Grupo de distribuição aumentou em 43% valor investido na Polónia, Colômbia e Portugal até Setembro. Efeito da venda da área industrial erodiu comparação dos lucros com 2016

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JM, liderada por Pedro Soares dos Santos, fez 87% do EBITDA com a Biedronka LUSA/JOÃO RELVAS

Ao fechar o terceiro trimestre de 2017, a companhia Jerónimo Martins atingiu um rácio, simplificado, de mais 6,5 lojas Biedronka (com uma área média de 654 metros quadrados) por cada uma das unidades Pingo Doce que detém em Portugal.

De acordo com o comunicado emitido esta quarta-feira, 25 de Outubro, ao mercado, a cotada liderada por Pedro Soares dos Santos terminou o trimestre com 2.753 lojas da rede polaca (que controla desde 1995) e 419 unidades da cadeia portuguesa de retalhos alimentar (que desenvolveu a partir de 1985, hoje em parceria com os holandeses e belgas da Ahold Delhaize).

As duas principais insígnias da JM representaram, no período em análise, 90,5% do total da facturação consolidada pelo grupo – 67,9%, ou 8,1 mil milhões de euros, vieram da Biedronka; 22,6%, ou 2,69 mil milhões de euros, foram realizados pelo Pingo Doce em território nacional.

Em Portugal, ainda, a companhia foi buscar outros 713 milhões de euros (ou 6% do total) à cadeia grossista Recheio. A rede portuguesa de “cash & carry”, líder no segmento no mercado nacional, terminou o trimestre com 43 grandes superfícies operacionais.

Na Colômbia, onde entrou em Março de 2013, a companhia fez 289 (ou 2,4% do consolidado) das vendas totais nos primeiros nove meses do ano - um crescimento de 77,8% sustentado na aceleração da expansão naquele território. A JM tem já 312 lojas Ara na Colômbia.

E, de volta à Polónia, a cadeia de para-farmácias Hebe obteve mais 115 milhões de euros de vendas (ou 1% do total), nas suas 166 unidades operacionais.

Tudo somado e ajustado, a JM consolidou vendas de 11,92 mil milhões de euros, mais 11,1% do que nos primeiros nove meses do ano passado.

A cadeia Biedronka foi a que absorveu mais investimento do grupo nos primeiros nove meses do ano – 174 milhões (ou o equivalente a 41,2% do total). Seguiu-se a expansão da Ara (com 112 milhões de euros) e, finalmente, a distribuição em Portugal. Até Setembro, a JM investiu 422 milhões de euros, mais 43,05% do que os 295 milhões de euros investidos entre Janeiro e Setembro de 2016.

Lucros recuam 43%

A venda da Monterroio BV há um ano - empresa onde entre 2011 e 2016 a companhia agregou várias participações, a maior das quais a referente à sua parceria com a Unilever – teve o efeito de reduzir a comparação homóloga dos lucros.

A JM, recorde-se, vendeu ao seu accionista maioritário – a Sociedade Francisco Manuel dos Santos (com 56%) –, a 30 de Setembro de 2016, a participada Monterroio, por 310 milhões de euros, com uma mais-valia de 75 milhões de euros.

Os resultados líquidos da JM (após interesses minoritários), incluindo o activo em 2016, a mais-valia obtida e a sua ausência um ano depois, recuaram assim 43,1% - de 502 milhões de euros para 285 milhões de euros no terceiro trimestre de 2017. Numa base comparável, excluindo dos primeiros nove meses de 2016 o efeito do activo Monterroio e a sua mais valia, explica a JM, os lucros atingem 266 milhões de euros (mais 7,1%).

No período em questão, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciação e amortização) cresceu 6,7%, para 669 milhões de euros. Destes, 583 milhões de euros – ou 87,14% - vieram da Biedronka.

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