Federação Nacional dos Médicos acusa Ministério de não cumprir compromissos

FNAM acusa Governo de não criar novas unidades de saúde familiar, conforme tinha prometido.

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Centro de saúde hospitalar JFF Jose Fernandes

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou, esta segunda-feira, o Ministério da Saúde de não cumprir os seus compromissos e exigiu medidas na reforma dos cuidados de saúde primários, que afirma estar "paralisada".

"Estamos perante uma completa paralisia em que não são criadas novas unidades de saúde familiar (USF), em que não há evolução para USF de modelo B, em que crescem as carências e aumentam os obstáculos nas já existentes", criticou a Federação.

Em comunicado, a FNAM afirma que apesar de o Ministério da Saúde ter assumido o compromisso de apoiar o relançamento da reforma dos cuidados de saúde primários e de criar 100 novas unidades de saúde familiar, até ao fim do mandato, ainda não foram aprovadas medidas nesse sentido.

"Este ano ainda não foi criada nenhuma unidade de saúde familiar" explicou o sindicato médico, referindo o despacho conjunto do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças referente ao número de unidades a criar, em 2017, que deveria ter sido publicado até ao dia 31 de Janeiro.

Neste contexto, os médicos exigem o reforço do investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) "destinado a sustentar uma maior eficiência do SNS, a sua defesa e revitalização".

Para a Federação, este investimento passa pela reforma dos cuidados de saúde primários, cujos resultados "foram e são um contributo fundamental para a sustentabilidade, qualidade, proximidade e eficiência do SNS".

As propostas da FNAM passam, não só pelo efetivo relançamento da reforma dos cuidados de saúde primários, mas também pela publicação imediata do despacho sobre as unidades de saúde familiar e pelo fim dos obstáculos à criação de USF modelo B.

A organização sindical propõe ainda uma mudança de orientação nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e o fim dos mega-agrupamentos de Centros de Saúde.

Segundo a Federação, a paralisia da reforma dos cuidados de saúde primários tem criado obstáculos ao trabalho dos médicos de família, que "estão a sentir as suas expectativas defraudadas" e um aumento do descontentamento, desmotivação e exaustão.

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