Portugal espera "diálogo responsável no quadro da Constituição"

Governo português afirma não tem qualquer informação "que possa constituir motivo de preocupação" relativamente aos cerca de 14 mil portugueses que vivem na região.

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Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva LUSA/MÁRIO CRUZ

O Governo português espera que "a questão catalã" seja resolvida através de "um diálogo responsável entre os agentes políticos e as instituições espanholas, no quadro da Constituição", disse, esta segunda-feira, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português fez esta declaração à margem da apresentação do programa Empresa Promotora da Língua Portuguesa.

O Governo, que defende uma solução que assegure a unidade do Estado espanhol, espera que "a questão catalã possa ser resolvida através de um diálogo responsável entre os agentes políticos e as instituições espanholas, no quadro da Constituição de Espanha", disse o ministro.

Questionado se ainda acha possível haver um diálogo entre o Governo de Madrid e os políticos catalães, Santos Silva respondeu afirmativamente.

"A democracia tem sempre instrumentos para resolver questões de forma legal e pacífica. A democracia espanhola é muito sólida, muito madura e tem os instrumentos necessários para que a questão possa ser resolvida", considerou.

Santos Silva reiterou que o Governo português não tem qualquer informação "que possa constituir motivo de preocupação" relativamente aos cerca de 14 mil portugueses - segundo dados oficiais - que residem na Catalunha.

Depois de ter apelado à calma dos empresários portugueses, que já admitiram abandonar aquela região, após o referendo independentista do início de Outubro, Santos Silva recomendou aos cidadãos nacionais que vivem na Catalunha: "Toda a atenção, nenhum alarme".

O parlamento regional catalão deverá reunir-se, esta quinta-feira, em sessão plenária para discutir a declaração unilateral de independência e responder, assim, às medidas aprovadas por Madrid para restaurar a legalidade na Catalunha.

O Governo espanhol propôs no sábado a destituição do presidente da Catalunha e de todos os membros do seu executivo, a limitação das competências do parlamento regional e a marcação de eleições num prazo de seis meses.

As medidas que se enquadram no chamado artigo 155.º da Constituição espanhola, para repor a legalidade na Catalunha, têm ainda de ser aprovadas pelo senado (câmara alta) na próxima sexta-feira, 27 de Outubro.

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