Fundação Júlio Resende assinala centenário do pintor com exposições

Mostras dividem-se entre O Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende, em Gondomar, e a Galeria Municipal de Matosinhos.

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Júlio Resende no seu atelier, em 2007 Adriano Miranda

A Fundação Júlio Resende assinala esta segunda-feira o dia em que o pintor completaria 100 anos com a inauguração de exposições evocativas do seu centenário, que estarão patentes em Gondomar e em Matosinhos, no distrito do Porto.

Sob o tema Celebrar e repensar Júlio Resende (1917-2011) no centenário do seu nascimento, a mostra vai dividir-se entre uma exposição antológica, a linha do tempo e a obra pública do pintor natural do Porto, "autor de uma obra vastíssima, desenvolvida entre os anos 30 do século XX e a primeira década do século XXI", lê-se no comunicado enviado à Lusa.

Segundo a organização, na exposição antológica, na Sala de Exposições Temporárias da Fundação Júlio Resende, em Gondomar, "estarão trabalhos situados entre os anos 40, momento em que Júlio deixou a Escola de Belas Artes do Porto, e o início da década de 80", percorrendo um itinerário em que são "evidentes os diversos elementos plásticos, estéticos e culturais que definem uma produção diversa e coerente".

No espaço reservado à Linha do Tempo, na sala do acervo da fundação, será revista a sua "longa obra, as grandes problemáticas da arte moderna e contemporânea – a autonomia da obra e a vocação social, o exercício académico e a expressão, a construção e a desconstrução do mundo, a densidade plástica e a fluidez da matéria".

"A exposição Linha do Tempo selecciona desenhos que caracterizam diferentes momentos do pensamento plástico de Júlio Resende, da colecção do Lugar do Desenho", refere ainda o documento.

De Júlio Resende conhecem-se "50 encomendas de arte pública, produzidas entre 1952 e 2004, distribuídas por 31 trabalhos em cerâmica, seis a fresco, seis em vitral e sete noutras técnicas", refere o comunicado do lançamento da exposição. Esta "documenta um longo historial de colaboração com numerosos arquitectos da modernidade e da contemporaneidade em Portugal, como foram os casos de João Andresen, Januário Godinho, Agostinho Ricca Gonçalves, Alcino Soutinho, Manuel Salgado, Souto de Moura, José Carlos Loureiro".

A sua obra pública é tratada também neste centenário através de uma exposição patente na Galeria Municipal de Matosinhos até 27 de Janeiro de 2018 e de uma outra, a inaugurar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, sobre o projecto Mar Novo, não concretizado, para Sagres.

Júlio Resende concluiu em 1945 a sua formação em Pintura, na Escola de Belas Artes do Porto, onde seria docente entre 1958 e 1987, tendo realizado inúmeras exposições no país e no estrangeiro, iniciadas em 1934, com a participação em exposições colectivas, passando em 1943 a ter um trajecto individual. Morreu a 21 de Setembro de 2011.

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