Com 16 anos tornou-se no primeiro piloto português a participar no Mundial de motociclismo, na categoria de 125cc, que se transformaria no ano seguinte (2012) na actual Moto3. Aos 20 anos, venceu a sua primeira corrida nesta classe, terminando a temporada de 2015 como vice-campeão mundial, com um total de seis triunfos. No ano em que cumpre 22 anos, acaba de levar a KTM ao primeiro triunfo em Moto2, ao vencer, neste domingo, o Grande Prémio (GP) da Austrália. Sem saltar etapas, Miguel Oliveira continua a construir o seu mito no motociclismo de velocidade nacional.

Dominando do princípio ao fim no circuito de Phillip Island, o jovem de Almada entrou para as últimas três voltas com seis segundos de avanço sobre o seu mais directo perseguidor. Depois foi gerir o tempo, a moto e o stress até suspirar de alívio ao ver a bandeira xadrez. Mas nada como o próprio para contar como foi: “A três voltas do final da corrida começou a chover e eu tinha seis segundos de vantagem. Fui bastante cauteloso nessa fase e a vantagem começou a ficar mais curta o que me fez stressar um pouco. Foi a corrida mais longa da minha vida.”

Os festejos no final e depois no pódio, onde se ouviu o hino português pela primeira vez na história numa prova da categoria intermédia foram o extravasar de todas estas emoções. “Estou muito feliz pela minha equipa. Esta é a minha primeira vitória em Moto2 e a primeira da KTM também. Espero que não seja a última”.

E, na verdade, o dia foi também histórico para a equipa austríaca, que viu os seus dois pilotos nos lugares mais altos do pódio, com Brad Binder a terminar em segundo, seguido da Kalex do líder do mundial, o italo-brasileiro Franco Morbidelli. Com este resultado, Oliveira recuperou o terceiro lugar da classificação geral, com um ponto de vantagem sobre Alex Márquez (que viu o seu irmão Marc vencer na categoria rainha e ficar a um pequeno passo do tetracampeonato), mas bastante distante da dupla da frente.