Protecção Civil proíbe queimadas e foguetes até ao final do mês

Face à subida de temperatura e ao elevado risco de incêndio, a Protecção Civil refere que a população deve ser “prudente” e evitar comportamentos de risco.

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O risco de incêndios volta a estar elevado depois dos fogos de domingo passado que vitimaram 44 pessoas PAULO PIMENTA

Com a subida de temperatura e o agravamento do risco de incêndio entre domingo e o final da próxima semana, a Protecção Civil avisou neste sábado que “estão reunidas condições favoráveis à propagação de incêndios rurais”. Assim, até ao final do mês, é proibido fazer queimadas, fumar e fazer lume em espaços florestais, queimar matos cortados ou amontoados e utilizar equipamentos de queima e de combustão (destinados a iluminação ou confecção de alimentos) e ainda lançar balões com mecha acesa ou foguetes.

A Protecção Civil refere que estes comportamentos devem ser evitados já que existe uma “grande quantidade de material combustível acumulado e susceptível de arder rápida e violentamente nos espaços florestais”. A chuva que caiu nos últimos dias não reduz o risco de incêndios, já que acaba por ser pouco relevante no quadro de seca que o país atravessa – razão pela qual devem ser tomados cuidados especiais.

Num comunicado enviado às redacções, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) recomenda também que o abastecimento de máquinas seja feito a frio e em locais com pouca vegetação, que se proceda à limpeza de óleos e poeiras de máquinas e ainda que não se utilizem esses equipamentos nos períodos de maior calor.

Invocando a todos a necessidade de ser “atentos, previdentes e prudentes”, a Protecção Civil pede à população que adopte "comportamentos e atitudes" adequados "face à situação de perigo de incêndio florestal que se irá registar durante os próximos dias”.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já tinha anunciado neste sábado que as temperaturas poderão subir até aos 30 graus Celsius entre domingo e quarta-feira da próxima semana, avisando que cinco concelhos do distrito de Faro estão neste sábado em risco elevado de incêndio e outros 24 municípios permanecem em risco moderado. Também o IPMA considera que a precipitação da semana passada não tem “impactos significativos na diminuição da situação de seca”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo passado, o “pior dia” em matéria de fogos florestais, provocaram a morte a 44 pessoas e fizeram mais de 70 feridos. Ao todo, este ano, já morreram mais de 100 pessoas em quatro meses, vítimas de incêndios florestais. No final de Setembro, os meios de combate a incêndios foram reduzidos com o término da fase Charlie e entrada da fase Delta, que termina a 31 de Outubro.

Estes avisos de aumento de temperatura e de risco de incêndio ganham especial relevância uma vez que o IPMA avisou as autoridades (com 72 horas de antecedência) do perigo das elevadas temperaturas que se registaram no domingo passado, alerta esse que foi desvalorizado, segundo noticia o Expresso na edição deste sábado. 

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