A era do impacto social

A APSA tem uma resposta social pioneira em Portugal na área do Asperger.

Quando abracei o desafio de vir para a APSA, Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger, não esperava estar hoje envolvido com o que de melhor e mais inovador se faz no terceiro sector. De facto, não só as instituições de cariz social estão a mudar a sua estratégia e forma de atuar, como também as empresas e os grandes investidores mundiais o estão a fazer. É preciso criar valor ou impacto social. Dizia Stephan Morais da Invest Europe, numa conferencia do Dia da Inovação Social promovido pela Camara Municipal de Lisboa, que até mesmo os grandes fundos de private equity, edge funds e de venture capital estão per si a impor como requisito que os seus investimentos tenham cerca de 20% dedicados ao impacto e à responsabilidade social. Mas neste campeonato o grau de exigência é grande.

Apesar da positividade em volta desta consciencialização coletiva, de que os investimentos devem ter parte dedicada ao terceiro sector, estes senhores precisam de indicadores reais. E é aqui que ainda existe ainda alguma dificuldade ou ambiguidade acerca das métricas mais corretas para se medir o Social ROI (SROI). Há um reconhecimento crescente de que precisamos de mais e melhores maneiras de medir o valor social, económico e ambiental do que propriamente o resultado da nossa atividade. O termo varia — 'impacto', 'retorno', 'benefício', 'valor' —, mas as questões à volta do tipo de diferença e quantidade de diferença as mesmas. Compreender e gerir este impacto está a tornar-se cada vez mais importante para os setores público e privado. E isto será verdade se as organizações da sociedade civil trabalharem também para criar valor social, bem como os governos e investidores, empresas e pessoas, reconhecendo os riscos e oportunidades nos efeitos mais amplos das suas operações.

Tudo isto significa que também é importante que tenhamos consistência e uma linguagem comum quando falamos de valor social. No fundo, SROI (Social ROI) será a aplicação de um conjunto de princípios dentro de uma estrutura que é projetado para ajudar a trazer essa consistência, enquanto ao mesmo tempo, reconhece que o que é de valor será muito diferente de pessoa para pessoa em diferentes situações e culturas. Mas desde há uns anos este indicador tem vindo a ser melhorado e olhado de outra forma por parte dos investidores, e isso já está a ter impacto. O impacto social e a inovação social estão cada vez mais na ordem do dia. Muito se anda já a fazer na área do empreendedorismo social. Os novos negócios sociais e todo este ecossistema levará a uma sociedade mais evoluída, justa e integrante.

A APSA tem uma resposta social pioneira em Portugal na área do Asperger. Tem um programa de empregabilidade inovador, feito à medida dos talentosos jovens com Síndrome de Asperger, que ambicionam ter uma vida digna e autónoma. E é neste contexto que esta instituição está a apanhar este comboio da inovação social. As empresas com as quais já trabalhamos como a REN, Jerónimo Martins, Accenture, Santander, entre outras, são um exemplo do que de melhor se faz na área da responsabilidade social. Têm sido incansáveis com os nossos jovens.

A APSA tem a marca regista “Empresa Receptiva” e confere a estas entidades o seu selo. Este ano atribuiu prémios a todas aquelas que fizeram a diferença. Queremos trabalhar com ainda mais porque acreditamos que em Portugal existe este reconhecimento, existe este sentimento que não passa indiferente à diferença e por conseguiste existe receptividade. Parabéns a todas as empresas inclusivas portuguesas, juntos trabalhamos para um Portugal melhor e mais unido.

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