Estudos da RTP mostram reconciliação com o serviço público

Quase três quartos dos portugueses satisfeitos com a qualidade do serviço público - e com a qualidade da informação. RTP faz hoje conferência assinalando os seus 60 anos, mas olhando para o digital

Foto
Paulo Pimenta

À passagem dos seus 60 anos, o público parece reconciliar-se com a RTP, indicam os últimos estudos qualitativos e inquéritos pedidos pela empresa - a que o PÚBLICO teve acesso. O último, datado de Setembro, aponta para um “reconhecimento de cumprimento de serviço público” já a aproximar-se dos 75%.

Mais de três anos depois das alterações feitas na nomeação da administração da empresa, agora avaliada e nomeada por um Conselho Independente, e com a mudança na direcção de informação há mais de dois anos, é na informação que se verificam alguns dos melhores sinais de reconciliação. “Para a esmagadora maioria dos portugueses estudados, a informação já não é controlada e a RTP está a fazer o que tem que fazer”, anotava Vera Roquette, directora do departamento de Marketing Estratégico e Comunicação, num email distribuído aos trabalhadores no início do Verão. 

O que os estudos qualitativos mais destacam sobre a informação dos canais públicos é que esta é hoje mais “credível, rigorosa, isenta e independente.” Dados contrastantes com outros tempos: Há a “ideia de que a manipulação está hoje mais associada ao poder económico do que ao poder político, e portanto ‘do lado’ dos canais privados”, anota no mesmo documento a especialista Maria João Loureiro. Apesar da evolução positiva, há ainda algo mais a fazer noutras vertentes - nomeadamente com a percepção de “inovação”, criatividade de programas e transparência.

Mesmo assim, segundo estes inquéritos, também na multiplicidade de formas de acesso a serviços e conteúdos, os indicadores melhoraram. A RTP, de resto, realiza esta sexta-feira uma conferência na Gulbenkian ao tema do “jornalismo e serviço público de televisão”, com convidados de vários especialistas e órgãos de comunicação - incluindo o PÚBLICO. O comissário europeu, Carlos Moedas, vai encerrar o dia, integrado na comemoração do 60º aniversário da estação pública de rádio e televisão.

Sugerir correcção
Comentar