Piloto da Air Berlin suspenso após manobra espectacular sobre aeroporto

O último voo entre Miami e Düsserldorf da companhia que abriu falência terminou de forma inesperada.

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Um piloto da companhia aérea Air Berlin, que está na bancarrota, foi suspenso na quinta-feira, depois de ter feito uma manobra considerada fora do comum, num Airbus A330 com cerca de 200 pessoas a bordo, quando se aproximava da pista de aterragem do aeroporto de Düsseldorf, no estado da Renânia do Norte-Vestefália, na Alemanha. Em vez de pousar, o avião voltou a ganhar velocidade e retomou o voo (manobra conhecida como "go-around", na gíria da indústria e que significa que o piloto não considerou reunidas as condições necessárias a uma aterragem em segurança). Só que, desta vez, o avião acelerou numa trajectória invulgar. 

As imagens de tão inesperado momento chegaram rapidamente ao YouTube, onde há diversos vídeos em que se regista a parte final do voo, com o A330 a curvar para a esquerda quando parecia preparado para aterrar. Os vídeos mostram o momento a partir da torre, do chão, do aeroporto, de longe e de dentro do avião.

Diferentes jornais alemães dão conta de que o piloto pretendeu fazer uma "volta de honra" ou uma "volta de despedida", dado tratar-se da última ligação entre Miami e Düsseldorf, cidade alemã que era a base de operações da Air Berlin.

Agora, segundo a agência de notícias DPA, foi aberto um inquérito. Os controladores aéreos foram inquiridos e os registos de comunicação entre o solo e o A330 estão a ser analisados. A agência Reuters, por seu lado, noticia a suspensão dos dois pilotos até que se esclareçam os factos. A aeronave regressava à Europa depois de, no início da semana, ter atravessado o Atlântico em direcção ao estado da Florida.

À Associated Press, o gabinete federal de aviação da Alemanha confirmou estar "a analisar o incidente", embora sublinhasse ser "comum os pilotos abortarem uma aterragem quando necessário".

Ao fim de uma década a tentar fazer dinheiro, a Air Berlin deitou a toalha ao chão no pico do Verão de 2017, altura em que o principal accionista (a transportadora Etihad, dos Emirados Árabes Unidos) decidiu deixar de meter dinheiro na companhia alemã de voos low cost. Com as contas no vermelho, a administração da companhia entregou aos tribunais alemães, a 15 de Agosto, um pedido de insolvência.

A empresa continuou a operar graças a um empréstimo de emergência por parte do Governo, enquanto a equipa de gestão procurava comprador no mercado, que acabou por surgir quando a companhia alemã Lufthansa anunciou, na semana passada, a aquisição da maioria do capital, por 210 milhões de euros.

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