Conceição fala em diferença de tratamento entre Mile Svilar e José Sá

O técnico do FC Porto garantiu que não houve nenhum problema disciplinar com Casillas e que o espanhol ficou no banco por opção técnica.

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Sérgio Conceição LUSA/FILIP SINGER

O treinador Sérgio Conceição disse nesta sexta-feira que não houve qualquer problema com Iker Casillas e foi apenas uma opção técnica ter trocado o guarda-redes espanhol por José Sá no encontro contra o Leipzig, na Liga dos Campeões de futebol. Sem revelar se José Sá vai manter a titularidade, o técnico, que quer dar uma resposta "cabal" no próximo jogo, com o Paços de Ferreira, garantiu, em conferência de imprensa, que a equipa está preparada e consciente de que apenas a vitória interessa e que o "melhor onze" vai entrar em campo, desvalorizando a polémica gerada em torno da baliza.

Conceição explicou ainda que não concordou com as críticas tecidas a José Sá depois do primeiro golo sofrido em Leipzig e saiu em defesa do guarda-redes, comparando a situação do jogador português com a de Svilar, jovem do Benfica, que também errou no encontro entre as "águias" e o Manchester United.

“O José Sá tem a barba maior do que devia ter. Um frango do Sá, e um frango de outro guarda-redes que, se calhar, não tem barba e tem umas borbulhas e, coitadinho, é menino. É mais perdoado. O Sá, depois do Rui Patrício, é o guarda-redes com mais qualidade para assumir a baliza de Portugal e toda a gente o massacra por um erro, que não sei se é um erro ou não é, que faz parte daquilo que é um jogo. Se formos a olhar aos erros que todos cometemos, eu, em primeiro lugar, daria para fazer uma lista muito grande. Acho muito estranho. Eu já mandei cortar a barba ao José Sá", ironizou o treinador.

"Em relação àquilo que foi a escolha do último jogo, foi opção técnica. Sempre disse que todos os jogadores do plantel estão à disposição e em condições de competir por um lugar na equipa. Isso foi muito falado, das restrições do FC Porto na quantidade dos jogadores. Essa opção técnica tem a ver com duas ou três características que acho fundamentais, relacionadas com o adversário, com as características do jogador, da semana de trabalhos... Foi isso, pura e simplesmente", começou a explicar o treinador visivelmente irritado com todas as notícias que têm vindo a público.

Sérgio Conceição usou ainda a referência do presidente Pinto da Costa para explicar em que se baseiam as escolhas para a equipa.

"Há outros que vêem, se calhar, o estatuto, os olhos, a cor, a pele, se é alto... Se for a entrar por aí, sento-me à frente do nosso presidente em estágio e vejo uma pessoa que tem 58 títulos. Não tenho capacidade para olhar olhos nos olhos do meu presidente. É inigualável, o mais titulado no mundo. A única grande referência do nosso clube é o nosso presidente", disse ainda continuando: "O Júlio César [Benfica] tem 36 títulos e ninguém puxou pelo facto de ter ficado no banco. O Iker é um jogador que tem trabalhado no dia a dia e não há nada a dizer. Tem um comportamento fantástico."

Confrontado com a notícia de que Casillas ficou no banco de suplentes frente ao Leipzig em virtude de menor empenho no trabalho semanal e do desagrado perante o uso inapropriado do telemóvel nas concentrações, o treinador desvalorizou.

"Se fosse um problema disciplinar, o Casillas não estava nos convocados. Sinceramente, não entendo o porquê deste alarido todo. Uma opção puramente técnica. Porquê isto tudo do telemóvel, da discussão. Perguntem ao Iker se houve algum problema com o treinador do FC Porto? Zero, zero. O FC Porto é gerido aqui dentro, por mim. Para mim, o que importa é o rendimento. Estatuto é igual a rendimento", disse ainda.

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