Verbas do PDR para ajudar municípios afectados por incêndios

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daniel rocha

Os incêndios do fim-de-semana causaram danos florestais e agrícolas no distrito de Braga e, para recuperar essas áreas, o ministro do Planeamento pretende utilizar os fundos do Plano de Desenvolvimento Rural. Pedro Marques defendeu ainda a “rearborização ordenada” de “áreas protegidas”.

As chamas que lavraram no sábado e, principalmente, no domingo, no distrito de Braga, reduzindo a cinzas uma área total de cerca de 3200 hectares nos três concelhos mais afectados – Vieira do Minho (1700), Braga (1200) e Guimarães (300) -, prejudicaram a economia da região, sobretudo, no plano florestal e agrícola. O principal “desafio” para o Governo é a “mobilização dos instrumentos” do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR), disse Pedro Marques após uma reunião de balanço dos danos com autarcas dos três municípios mais afectados, em Braga.

Depois de, na quarta-feira, ter participado em reuniões em Mangualde e Gondomar, o ministro reiterou que espera ter o levantamento da situação concluído “nas próximas duas ou três semanas”, para se apurar o prejuízo.

O ministro descreveu, na sequência da reunião, que a “força dos ventos”, particularmente, no domingo, tornaram os incêndios no distrito “completamente incontroláveis”, mencionando que uma das “frentes de fogo” só parou quando “chegou ao rio”. Enalteceu ainda a “preparação das comunidades”, algumas delas com “equipas de intervenção nas próprias freguesias”, para o “combate aos incêndios”.

Pedro Marques avisou igualmente que a chuva que cai na região desde segunda-feira comporta “riscos” de “deslizamentos de terras”, sinalizando a importância de se evitar o “corte desordenado da matéria ardida” durante as limpezas.

O número de empresas, habitações e instalações municipais afectadas nos três concelhos foi “limitado”, prosseguiu o governante – em Braga, o incêndio destruiu uma habitação e um armazém, com duas oficinas, onde trabalhavam cerca de 30 pessoas; em Vieira do Minho, uma conduta de água. Além disso, lembrou que a Segurança Social tem “apoios” disponíveis para apoiar os “rendimentos das famílias”, no caso de trabalharem em empresas sem seguro, cuja actividade tenha parado e a “tesouraria” seja insuficiente para os salários.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Braga e vereador responsável pela Protecção Civil, Firmino Marques, voltou a destacar a ausência dos “meios aéreos” durante o incêndio, referindo que o distrito tem “excelentes condições” para os albergar, com o aeródromo de Palmeira, e que com tais meios não se estaria a falar em 1200 hectares de área ardida.

Áreas protegidas precisam de “rearborização ordenada”

Vieira do Minho foi o município com mais área ardida do distrito nos incêndios do fim-de-semana e, pela primeira vez em “mais de 20 anos”, as chamas alastraram ao Parque Florestal da Serra da Cabreira, uma área protegida. Cerca de “um quarto da área” deste parque foi consumida pelas chamas, afirmou o presidente da câmara, António Cardoso Barbosa, à saída da reunião.

Pedro Marques salientou, a propósito dessa área ardida, a “necessidade de uma rearborização ordenada para garantir que esse território não volte a estar sujeito a este “tipo de riscos”, provocados pelo “crescimento desordenado de arbustos”.

 

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