Santana conquista “passistas” como Costa Neves e Carlos Carreiras

Rio começa nesta sexta-feira, em Viseu, a apresentar a candidatura ao PSD pelo país.

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Santana Lopes deixa Santa Casa nesta sexta-feira ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

Carlos Costa Neves, deputado e director do gabinete de estudos do PSD, é um dos mais recentes apoios públicos de Pedro Santana Lopes na corrida à liderança do partido. A este nome junta-se outra figura da direcção de Passos Coelho: Carlos Carreiras, actual coordenador autárquico do PSD.

Natural dos Açores, Carlos Costa Neves foi ministro da Agricultura no Governo liderado por Santana Lopes e assumiu a pasta dos Assuntos Parlamentares no executivo de curta duração de Passos Coelho, que foi derrubado pela maioria parlamentar de esquerda em 2015. A este apoio a Santana soma-se a outro da mesma região – o de Berta Cabral, ex-líder do PSD-Açores, vice-presidente da bancada social-democrata. Carlos Carreiras, cujo nome foi avançado pelo Observador e confirmado pelo PÚBLICO, é o primeiro elemento do núcleo duro de Passos Coelho a assumir que está ao lado de Santana Lopes.  

O ex-primeiro-ministro, que sai da Santa Casa da Misericórdia nesta sexta-feira, já tem sede em Lisboa – na Avenida da República – e prepara a apresentação da candidatura no domingo, em Santarém, onde conta com o apoio do presidente da câmara, Ricardo Gonçalves. A sessão está marcada para o centro de exposições (CNEMA) e espera-se que reflicta uma grande mobilização do partido. Certo é já o apoio de outros presidentes de câmara como Hélder Silva (Mafra), Carlos Sousa e Silva (Albufeira), Fernando Jorge (Oleiros), José Farinha Nunes (Sertã) e Ricardo Aires (Vila de Rei).

Rui Rio começa esta sexta-feira à noite, em Viseu, a sua volta pelo país para apresentação das “linhas estratégicas da sua candidatura” e “conversar com os militantes para debater os principais problemas que afectam neste momento o PSD e a política portuguesa”, de acordo com uma nota enviada às redacções. A distrital de Viseu, que é liderada por Pedro Alves, coordenador da volta autárquica de Passos Coelho, ainda não tomou posição oficial sobre os candidatos à liderança do PSD.  

Cada uma das candidaturas está, por estes dias, a contabilizar apoios e votos. Ao que o PÚBLICO apurou, nenhuma das quatro grandes distritais – Lisboa, Porto, Braga e Aveiro – está totalmente com um dos candidatos. O PSD está dividido, embora Santana Lopes tenha vindo a ganhar apoios nas quatro distritais sobretudo em Braga. A concelhia desta cidade é presidida por Hugo Soares, também líder parlamentar, e, por isso, expressa equidistância institucional. No Porto, essa foi também a posição assumida pela distrital liderada por Bragança Fernandes, embora o presidente já tenha declarado apoio pessoal a Pedro Santana Lopes. Neste distrito, é também certo o apoio de Miguel Santos, líder da concelhia de Valongo e vice-presidente da bancada parlamentar. No Porto, apesar de ser a cidade que Rui Rio geriu durante 12 anos, geraram-se alguns anticorpos pela forma como apoiou a candidatura de Rui Moreira, em 2013, contra o candidato do PSD, Luís Filipe Menezes.

Em Aveiro, os sociais-democratas também se dividem. É certo que Rui Rio tem nesta região muitos apoios e votos, já que o seu director de campanha é Salvador Malheiro, líder da distrital e presidente da Câmara de Ovar. Mas é também o distrito de Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, que já prometeu ser mais activo no partido.  

Do lado de Rui Rio também se contabilizam apoios, dois dos quais próximos do anterior Presidente da República. David Justino, antigo consultor de Cavaco Silva para os Assuntos Sociais, vai escrever a moção de estratégia de Rio e Nunes Liberato, ex-chefe da Casa Civil do anterior Presidente da República, já manifestou o seu apoio ao antigo autarca do Porto.

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