“A Turquia está a afastar-se da democracia”

Manfred Weber, o presidente do grupo do PPE no Parlamento Europeu, avisa que as relações entre a UE e Ancara têm de ser clarificadas e dá como bom exemplo o acordo sobre os refugiados.

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Recep Erdogan, o Presidente turco KACPER PEMPEL/Reuters

A discussão sobre as relações com a Turquia não está na agenda oficial da cimeira europeia, mas vão ser discutidas no jantar dos líderes esta quinta-feira. Depois de o Parlamento Europeu ter dedicido parar o processo de alargamento da União Europeia, em grande medida devido à questão turca, agora o poderoso grupo do Partido Popular Europeu quer ver clarificadas as relações com aquele país, mas não poupa críticas à sua actuação.

“A Turquia está a seguir na direcção errada, está a afastar-se da democracia e do mercado comum”, afirma Manfred Weber, presidente do grupo do PPE no Parlamento Europeu, criticando as “provocações” na fronteira, as prisões em massa, em especial dos jornalistas, e a aproximação à Rússia. “Não brinquem connosco, venham para a negociação, mas têm de ser sérios”, avisa Weber, lembrando que a Europa é o destino de 60% das exportações turcas, enquanto a Rússia recebe apenas 4%.

Como caminho de aproximação entre a UE e a Turquia, o dirigente propõe que se siga o exemplo do acordo para os refugiados, que considerou estar a resultar bem para todas as partes.

Mas este acordo não é suficiente para resolver a questão da imigração para a Europa, esse sim, tema oficial da agenda da cimeira. Será discutido um novo mecanismo de distribuição de imigrantes. Não será um mecanismo de aplicação automática, mas prevê que todos os Estados-membros recebam refugiados, apurou o PÚBLICO junto de dirigentes europeus. Na véspera da reunião de líderes europeus, a negociação sobre este tema continua bloqueada e é debatida nos trabalhos preparatórios do Conselho com preocupação e cepticismo.

“Estamos prontos para a solidariedade? Estamos prontos para o controlo das fronteiras? A Europa não está a resolver o problema”, afirma Manfred Weber, presidente do PPE no Parlamento Europeu, considerando que “são precisas respostas de médio e de longo prazo”.

A jornalista viajou a convite do PPE

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