Autarca de Gaia aceitou convite para presidir à Área Metropolitana do Porto

Eduardo Vítor Rodrigues terá de passar pela eleição no conselho metropolitano, de maioria PS, e conta com o actual presidente, o social-democrata Emídio Sousa, para uma das vice-presidências.

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Eduardo Vítor Rodrigues será o segundo autarca do PS a liderar a AMP Fernando Veludo/NFactos

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou no seu discurso de tomada de posse para um segundo mandato no municipio que aceitou o convite do seu partido para presidir ao Conselho Metropolitano do Porto. E assume que, neste campo, o seu objetivo passará por tornar a Área Metropolitana "mais forte e mais desenvolvida".

"Assumo que aceitei o convite para presidir ao Conselho Metropolitano do Porto, trabalhando em conjunto com os autarcas da AMP, nomeadamente com o colega Emídio Sousa, que muito estimo, em prol de uma AMP mais forte e de uma região mais desenvolvida", referiu Eduardo Vítor Rodrigues, dando a entender que conta com o autarca da Feira, que é ainda o presidente deste órgão, para uma das duas vice-presidencias do organismo.

A outra vice-presidência será ocupada por um autarca indicado pelo PS, seguindo um acordo entre os socialistas e o PSD. O PS, que ganhou a maioria das 17 câmaras da AMP, tem garantida a eleição do autarca de Gaia para a presidência do conselho metropolitano, organismo que volta a liderar passadas duas décadas em que esse papel esteve entregue a eleitos do PSD. 

O PS ainda não escolheu quem vai ser assumir a outra vice-presidência. As distritais do Porto e de Aveiro têm estado em conversações no sentido de encontrar um nome que seja consensual. Em termos numéricos, o Porto tem mais um município do que Aveiro, mas isso não significa que o próximo vice-presidente, indicado pelo PS, seja do distrito do Porto, embora haja “alguma pressão” para que isso aconteça. Fonte socialista disse ao PÚBLICO que o partido vai pronunciar-se sobre a questão até ao início da próxima semana.

Depois de ter sido acusado, no anterior mandato, de ter desvalorizado a AMP, ao criar com o Porto e Matosinhos a Frente Atlântica, e de ter participado em poucas reuniões do conselho metropolitano, Eduardo Vítor, que sempre assumiu ser adepto do reforço de legitimidade política deste organismo, promete dar-lhe agora uma nova atenção. A AMP mantém, para já, o mesmo figurino de funcionamento, mas o Governo pretende, na sua proposta de descentralização, transformá-la numa autarquia intermédia, mexendo no modo de eleição dos seus dirigentes. 

E, da mesma forma que, em Gaia, promete olhar para lá do horizonte do mandato, o socialista deixou claro que essa visão de longo prazo deve ser estendida à região.  "importa começar a preparar os próximos instrumentos de desenvolvimento, nomeadamente participando activamente na definição do novo quadro europeu de financiamento pós-2020, cujas linhas começarão desde já a ser definidas. Para isso, importa ter dimensão nos projectos que apresentamos e capacidade de integração desses projectos no contexto metropolitano e regional onde nos inserimos", afirmou no seu discurso de tomada de posse. Com Margarida Gomes

 
 
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