Cartas ao director

Incêndios I

Na Galiza, as pessoas manifestaram-se na rua contra a forma como foram combatidos os incêndios, que resultaram em 4 mortes. Pois em Portugal, a onda de indignação deve ser ainda maior (já se organizou uma manifestação silenciosa no Porto para dia 21).

Venho desta forma mostrar a minha (indignação) perante o que está a suceder, a cada ano, e neste em particular, de maneira gritante.  Quem é que está a ganhar com tudo isto? É preciso apurar responsabilidades.

Já vai muito tarde essa reunião de ministros no sábado 21 onde se irá (sempre no futuro) tomar medidas de reforma, blá, blá, blá. Portugal não aprende. Tivemos em 17 de Junho um eloquente aviso e sinal de alerta para se fazer algo urgentemente. Quantas mortes serão ainda necessárias para se tomarem medidas à altura de um país que se quer moderno? Não há meios? Mas tudo se faz (logo se encontra um avião da Força Aérea) para que a selecção portuguesa não tenha que "sofrer" com 3 horas de autocarro entre o aeroporto até Andorra... Isto é repugnante!

Somos tão pequeninos... a mentalidade dos nossos governantes ainda não mudou desde há séculos.

Céu Mota, Vila da Feira 

 

Incêndios II

Senhor director, o seu editoral de ontem diz tudo aquilo que milhares, senão milhões de portugueses, terão vontade de dizer. Depois da tragédia de Pedrógão, nunca admiti que outra do mesmo género acontece-se num tão curto espaço de tempo. Todos nós sabemos que a ministra não vai lá atear os fogos, no entanto, eu não me sinto protegido com esta senhora à frente da protecção civil. A senhora precisa mesmo de férias. E a teimosia do primeiro-ministro em substitui-la? Gostava de ver neste momento o Sr. António Costa na oposição. E assim vão morrendo pessoas. Começo de facto a pensar, que este governo é mesmo inimputável.

José Bartolomeu, Alferrarede

 

Incêndios III

O primeiro-ministro quer convencer os cidadãos de que a resolução do problema dos fogos "vai precisar de uma década". Isto depois de dizer que o seu "governo não tem uma solução mágica". E que demitir a ministra da Administração Interna "seria um bocado infantil". Rematou esta "brilhante" dissertação sobre as tragédias que vitimaram eventualmente mais de 100 pessoas até agora, respondendo a uma pergunta de uma jornalista com "Minha senhora, não me faça rir a esta hora". Sinceramente eu não sei o que dizer perante esta insensibilidade. Estamos a passar tempos nunca vistos. Já vimos que é possível formar um governo perdendo eleições, mas ter um primeiro-ministro sempre sorridente a falar de risos perante tragédias que vitimaram de forma atroz uma centena de pessoas, é terreno nunca antes pisado. Esta tentativa canhestra, tomando os portugueses por parvos, de passar responsabilidades para todos, menos os ministros ou secretários de Estado, que dirigem superiormente os ministérios e nomeiam os seus responsáveis, tem de ser denunciada. Eu pergunto, o que será preciso a ministra fazer mais de erros, de omissões, de incompetência, para ser destituída?

Manuel Martins, Cascais

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