Lena Headey, d'A Guerra dos Tronos, sobre Weinstein: "Senti-me completamente impotente"

A actriz que protagozina Cersei na série de televisão partilhou nas redes sociais a sua história.

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REUTERS/Mario Anzuoni

Lena Headey é uma das últimas vítimas de assédio sexual a falar publicamente, no seguimento do escândalo protagonizado por Harvey Weinstein.

Mais de 40 mulheres acusam o influente produtor de cinema – que tem também negócios na área da moda – de algum tipo de crime sexual, desde violação ao assédio, passando pelo abuso sexual. Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Cara Delavigne – que escreveu sobre o episódio em detalhe – são alguns dos nomes mais conhecidos. Jennifer Lawrence e Reese Witherspoon também vieram a público falar sobre as próprias experiências de assédio sexual.

Agora foi a vez de Lena Headey partilhar a sua história no Twitter. A actriz que protagoniza Cersei em A Guerra dos Tronos teve dois maus encontros com Weinstein. Primeiro cruzaram-se no Festival de Cinema de Veneza, ocasião em que o produtor fez um comentário sugestivo, ao qual a actriz respondeu "oh, vá lá! Seria como beijar o meu pai". A segunda vez em que se encontraram – para discutir filmes e cinema, durante um pequeno-almoço, em Los Angeles – Harvey pediu a Lena que subisse ao seu quarto, para lhe mostrar um guião.

No elevador, a actriz não conteve as palavras. "Não estou interessada em nada que não seja trabalho, por favor não penses que entrei aqui contigo por qualquer outra razão, nada vai acontecer", disse no momento em que começou a sentir-se desconfortável. "Não sei o que me levou a falar nesse momento", desabafa.

Segundo Headey, quando saíram do elevador, o realizador empurrou-a pelas costas. "Senti-me completamente impotente", relata. No final, o cartão do quarto não funcionava e os dois desceram ao lobby. "Não fales a ninguém sobre isto, nem ao teu agente", foram as últimas palavras que o produtor lhe dirigiu, apertando-lhe firmemente o braço. "Entrei no meu carro e chorei", escreve a actriz.

Apesar das acusações – em grande parte, mantidas em silêncio – que já seguiam Weinstein há anos e de várias pessoas alegarem que os abusos do produtor eram conhecidos dentro da indústria, foi a investigação publicada pelo New York Times a 5 de Outubro que despoletou as confissões de várias actrizes.

Desde então, Weinstein foi despedido da sua produtora, The Weinstein Company – da qual é dono de cerca de 20% –; expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pela atribuição dos Óscares; e deixado pela mulher, Georgina Chapman, com quem está casado desde 2007.

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