Portugal acorda sem incêndios em curso

A chegada da chuva terá ajudado no combate aos fogos que, nos últimos dois dias, provocaram a morte a pelo menos 36 pessoas. No terreno ainda estão 3016 operacionais e em Faro há risco "máximo" de incêndio.

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Bombeiros no combate ao incêndio no Pinhal de Leiria, na Marinha Grande LUSA/PAULO CUNHA

Às 7h30 de terça-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) não registava no seu site qualquer incêndio em evolução, depois de, no domingo, centenas de fogos terem deflagrado e causado pelo menos 36 mortos. Um pouco antes, por volta das 7h15, a ANPC dava conta de um único incêndio activo em São Pedro Velho, no concelho de Mirandela.

O portal da ANPC não listava, pela mesma hora, qualquer ocorrência importante e na lista total dos 56 incêndios, que inclui os fogos de menor dimensão, apenas são destacados incêndios dominados (seis) ou em conclusão (50).

Por todo o país ainda estão ainda destacados 3016 operacionais no rescaldo dos incêndios, apoiados por 906 viaturas.

A chegada da chuva a algumas zonas do país terá ajudado no combate aos fogos que, ao início desta madrugada, ardiam no norte e no centro. Pela 1h30, a ANPC dava conta de 12 incêndios de maior dimensão.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos. Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no Verão, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Concelho de Monchique, em Faro, em risco “máximo”

O concelho de Monchique, no distrito de Faro, está nesta terça-feira em risco “máximo” de incêndio e outros cinco estão com risco “elevado”, apesar dos avisos de chuva, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Além de Monchique, de acordo com o Instituto, Matosinhos, Maia e Trofa (Porto), Vila Nova de Poiares (Coimbra) e Silves (Faro) estão com risco “elevado” de incêndio.

Os restantes concelhos dos 18 distritos do continente apresentam risco “moderado e baixo”. O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o “reduzido” e o “máximo”. O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA colocou sob “aviso amarelo” os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Castelo Branco, Évora, Beja e Faro até às 12h desta terça-feira devido à previsão de chuva, que poderá ser forte e acompanhada de trovoadas.

Na segunda-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) anunciou que vai manter o alerta vermelho devido aos incêndios em todos os distritos até às 20h de terça-feira. O IPMA prevê para o dia de terça-feira nas regiões do Norte e Centro períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado ou encoberto até ao meio da manhã no interior e a partir do final da tarde no litoral.

Estão também previstos períodos de chuva ou aguaceiros, podendo ser por vezes fortes e acompanhados de trovoada, sendo até ao início da manhã e, em especial no litoral, a partir do final da tarde. A previsão aponta ainda para vento fraco a moderado predominando de sudoeste, soprando moderado a forte nas terras altas até ao início da manhã e a partir do final da tarde e descida de temperatura, excepto da máxima no litoral Norte.

No Sul prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado até ao final da manhã no interior e no sotavento algarvio, períodos de chuva ou aguaceiros, podendo ser por vezes fortes e acompanhados de trovoada, sendo até ao início da manhã, podendo persistir até ao início da tarde junto à região fronteiriça.

Segundo o IPMA, para o final do dia, há possibilidade de ocorrência de períodos de chuva ou aguaceiros. No que diz respeito às temperaturas, as mínimas vão oscilar entre os 10 graus Celsius (na Guarda) e os 17 (em Faro) e as máximas entre 16 (na Guarda) e os 24 (em Faro).

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