Número de mortos sobe para 41

Foram encontrados com vida seis dos sete desaparecidos. Neste momento não há ocorrências significativas em curso, informa a Protecção Civil.

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ADRIANO MIRANDA

Um novo balanço apresentado esta terça-feira pela Protecção Civil sobe para 41 o número de vítimas mortais provocadas pelos incêndios, de acordo com novos dados da Lusa. De acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil foram encontrados com vida seis dos sete desaparecidos, aumentando o número de feridos para as 71 pessoas. Permanece ainda uma pessoa desaparecida no distrito de Coimbra.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, José Brito, informou que a vítima desaparecida será uma mulher de 70 anos, natural da autarquia.

Em resposta aos dados contraditórios em relação ao número de vítimas apresentados, por exemplo, com o autarca de Oliveira do Hospital e comparativamente aos dados da Protecção Civil, a adjunta de operações sublinhou que “neste momento são as [vítimas] que temos contabilizadas e temos de aguardar pelos exames de perícia que vão ser feitos pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e a partir daí ter o panorama final acertado destas vítimas”. “Neste momento teremos de aguardar por essa fase do processo que em alguns casos poderá levar a alguns dias, para ter uma perspectiva consolidada”, vincou.

“Obviamente que esta problemática é altamente transversal”, reconhece, mas a “redução do número de ocorrências é um dos vectores que temos obviamente de tratar”.

“A fase Charlie é uma organização em termos de planeamento para nós. Nós tentamos dividir o ano em fases de menor risco ou maior risco. O dispositivo, que normalmente é associado apenas ao período de Verão é um dispositivo que na prática existe durante todo o ano. O que acontece durante os períodos de maior risco - que começam em Maio e se estendem até Outubro – é que há um reforço deste dispositivo para garantir que ao nível de corpos de bombeiros, que na sua maioria são, como sabem, bombeiros voluntários, existe uma maior disponibilidade para aquilo que serão as operações de combate aos incêndios florestais”, detalha. “Os meios que estão alocados a cada fase são obviamente flexíveis. Regra geral e na larga maioria dos anos, este planeamento cola com a realidade”, continuou.

Este ano, a partir do momento em que percebemos que a partir de 10 de Outubro iríamos ter um aumento da severidade meteorológica e por isso iam existir condições para o aumento de ocorrências complexas, caso essas ignições existissem, o que fizemos foi reforçar os meios disponibilizados para a fase Delta. Reforçámos esta fase com praticamente 900 bombeiros.

“Temos é de ter flexibilidade para ajustar estes dispositivos quando a anormalidade surge. Eu recordo que não é completamente anormal termos incêndios florestais fora do período crítico. Já aconteceu termos incêndios em Fevereiro”, reforçou.

"Aquilo que fizemos até agora foi trabalhar com os mecanismos disponíveis e adaptá-los. Esta é uma das maiores valias do sistema de Protecção Civil: conseguimos adoptarmo-nos a novas realidades", repetiu Patrícia Gaspar, adjunta de operações de Protecção Civil.

"É óbvio que teria feito falta mais meios aéreos"

Ainda assim, a porta-voz da Protecção Civil reconheceu que no último domingo houve falta de meios de combate aos incêndios.

"Obviamente que neste momento e sobretudo durante o dia 15 de Outubro teria sido benéfico ter mais meios aéreos", reconheceu a responsável, sublinhando que "aquilo que estava ao nosso alcance, foi feito" e abstendo-se de comentar com mais detalhe a matéria. "No dia 15 de Outubro tínhamos 18 meios aéreos. Ninguém lhe poderá dar uma resposta diferente: é óbvio que teria feito falta mais meios aéreos, teriam sido uma vantagem importante". "Trabalhámos e tentámos gerir o melhor que podíamos com os meios que estavam disponíveis", justificou.

De acordo com os dados mais recentes, não existem neste momento ocorrências significativas registadas pelos números mais recentes da Protecção Civil, informou ainda o organismo esta terça-feira, pelas 12h. No entanto, apesar de a situação estar aparentemente controlada, a porta-voz sublinhou que "os níveis de secura" exigem "a adequação de comportamentos junto a espaços florestais". "A partir de quarta-feira e até sábado prevê-se uma inversão do quadro meteorológico", o que deverá ajudar no combate às chamas.

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