EDP recusa que linha eléctrica tenha originado fogo de Pedrógão

Relatório entregue ao Ministério da Administração Interna admite que o fogo possa ter tido origem numa linha de média tensão. João Torres garante que “não foi ali que começou o incêndio”.

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O presidente da EDP Distribuição, João Torres Mario Lopes Pereira

O presidente da EDP Distribuição, João Torres, refutou as conclusões de um relatório que admitia que o incêndio mais grave de Pedrógão Grande tinha tido origem numa linha eléctrica de média tensão, ao entrar em contacto com a vegetação. “Refutamos as conclusões que o relatório apresenta no que se refere à actuação da EDP Distribuição e à intervenção da linha como foco do incêndio”, afirmou João Torres na manhã desta terça-feira, em declarações à RTP.

De acordo com um parecer pedido pelo Governo a Xavier Viegas, professor na Universidade de Coimbra e especialista em fogos florestais, o incêndio de Pedrógão terá sido causado “por contactos entre a vegetação e uma linha eléctrica de média tensão”. O relatório aponta o dedo à EDP ao afirmar que a situação configura “uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de protecção da linha por parte da entidade gestora”.

“O que está em causa é que nós disponibilizámos toda a informação que temos quer a esta comissão, quer à comissão técnica independente, que, aliás, concluem de forma diferente”, considera João Torres sobre o relatório entregue nesta segunda-feira ao Ministério da Administração Interna.

“Não foi ali que começou o incêndio”, garante João Torres, com base na análise da “preservação das faixas de protecção das linhas” e em “termos electrotécnicos” de comportamento da rede. “Com aquela linha, naquela altura, não houve nenhum problema”, assegura, admitindo estar surpreendido com as conclusões do relatório. “Não aceitamos que neste caso nos digam que temos uma actuação menos cuidada”, concluiu o presidente da empresa eléctrica.

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