Embaixador volta a dizer que guerra nuclear pode começar “a qualquer momento”

Kim In-ryong disse ainda que, se “ousarem invadir o território sagrado” da Coreia do Norte, os Estados Unidos enfrentarão uma “punição severa”.

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O líder norte-coreano assiste ao lançamento de um míssil, numa foto divulgada pela KCNA em Setembro Reuters/KCNA

O embaixador adjunto da Coreia do Norte na ONU, Kim In-ryong, avisou nesta segunda-feira que a situação na península coreana é “delicada” e que uma “guerra nuclear pode começar a qualquer momento”. Já em Abril, o diplomata tinha deixado um aviso igual, em que alertava que a tensão da Coreia do Norte com os Estados Unidos poderia provocar um conflito nuclear a qualquer instante.

Na comissão para o desarmamento da ONU, Kim In-ryong afirmou que a Coreia do Norte era o único país que tinha sido sujeito a “uma ameaça nuclear tão extrema e directa” por parte dos Estados Unidos desde a década de 1970 e referiu ainda que o governo de Pyongyang tem direito a ter o seu próprio armamento nuclear para se defender. Argumentou também que os EUA têm “uma operação secreta com o objectivo de remover a suprema liderança” da Coreia do Norte.

Citado pela Bloomberg, o representante garantiu que a Coreia do Norte é um “Estado responsável” no que diz respeito às armas nucleares. Ainda assim, referiu que o seu país se tornou numa potência nuclear “completamente desenvolvida” – com armamento “de projecção de vários alcances, incluindo a bomba atómica, a bomba de hidrogénio e mísseis balísticos intercontinentais” –, e ainda que a “totalidade do território continental dos Estados Unidos” está ao seu alcance.

“Se os Estados Unidos ousarem invadir o nosso território sagrado por um centímetro que seja, não escaparão à nossa punição severa em qualquer parte do globo”, ameaçou. “Não temos qualquer intenção de usar ou ameaçar usar armas nucleares contra qualquer outro país”, afirmou Kim, “desde que não façam parte das acções militares dos Estados Unidos” contra a Coreia do Norte.

As declarações do representante surgem depois de uma escalada de tensões entre Washington e Pyongyang, com trocas de ameaças e insultos entre os líderes Donald Trump e Kim Jong-un. Ainda que o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, tenha afirmado no domingo que continuarão os esforços diplomáticos para resolver a crise com a Coreia do Norte, “até que caia a primeira bomba”, o Presidente Trump tem assumido uma postura diferente no Twitter, declarando que as negociações são uma perda de tempo e que “só uma coisa funcionará” – ainda que não deixe claro qual.

Em Abril, o representante norte-coreano dizia, citado pela CNN, que estava criada “uma situação perigosa na qual uma guerra termonuclear pode rebentar a qualquer momento na península [da Coreia] e constitui uma ameaça séria à paz e segurança mundiais”.

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