Inovação social é aposta de Eduardo Vítor Rodrigues para segundo mandato em Gaia

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Eduardo Vítor ficará, ele próprio, com o pelouro da inovação social José COELHO

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que toma posse esta quarta-feira para um segundo mandato, aponta a "inovação social" como aposta, ainda que admita continuar ua política de "rigor nas contas e boa gestão". "Se há uma coisa que este Governo mostrou é que é possível ao mesmo tempo gerir bem, fazer o país crescer e devolver dinheiro às pessoas. É uma combinação virtuosa que também é possível em Gaia", disse o autarca em entrevista à agência Lusa.

O socialista Eduardo Vítor Rodrigues foi reconduzido na liderança da Câmara de Gaia, distrito do Porto, e alcançou maioria absoluta, subindo a percentagem alcançada em 2013: de 38,1% passou a 61,8%. O PS elegeu nove vereadores, ficando o elenco completo com mais dois eleitos pela coligação PSD/CDS-PP, graças a 20,3% dos votos.

Para um novo ciclo de quatro anos, o autarca manterá os pelouros da Educação e da Ação Social, associando-lhes a novidade Inovação Social. Enumerando aspectos como o arrendamento ou o desemprego jovens e a dimensão do empreendedorismo, Vítor Rodrigues falou em "dar respostas novas a novos problemas e, em segundo, da necessidade de lugar captar fundos para a economia social".

Após um primeiro mandato, o autarca acredita que "colocadas as contas no verde" será possível "reduzir o IMI e baixar a factura da água", bem como abordar uma "nova geração de políticas públicas muito assentes no serviço às pessoas". "Quando tiver de fazer betão, vai ser betão a pensar no investimento inteligente e no desenvolvimento sustentável. É possível ter investimento forte, mas não hipotecar as próximas gerações", frisa o autarca.

E iniciados ou garantidos projectos que marcaram as reivindicações do último mandato, como as obras no hospital, novos centros de saúde ou a requalificação de escolas, Vítor Rodrigues promete que a extensão do metro continuará a ser "uma prioridade absoluta", somando como apostas a reabilitação do Centro Histórico e a modernização da Frente Ribeirinha.

"Não me vejo a lutar por grandes rodovias. Acho que o concelho não precisa disso. Está assegurada uma nova ponte com a ligação do metro das Devesas ao Campo Alegre, paralela à da Arrábida, e admito que possamos ter de resolver uma situação de atravessamentos [do rio Douro] na zona mais histórica mas sempre muito bem articulados com o Porto. Gostava muito que o próximo mandato ficasse marcado pelo quadro comunitário. Se isso acontecer, vamos ter grandes obras", sintetiza o autarca.

A criação de um Centro de Atividades Ocupacionais ou de um Centro Cultural e de Congressos que, adiantou o autarca, "nunca será 100% municipal e pode não ficar concluído em quatro anos", são outras das várias apostas elencadas.

Em 2013, Eduardo Vítor Rodrigues estabeleceu acordos pós-eleitorais, hipótese que não descartou na campanha autárquica mesmo se conseguisse maioria absoluta. Agora porém, admitindo que tinha expectativa de que a CDU elegesse um vereador, e referindo-se ao candidato Mário David Soares como uma pessoa que "estima enormemente", foi perentório quanto à única outra força política eleita para a vereação: "Com este PSD jamais", disse.

"Espero que tenham aprendido e consigam oxigenar-se. Se eu tivesse em situação semelhante, nem sequer estaria cá - foi uma derrota muito forte para poderem fazer de conta que nada aconteceu - mas estão cá e espero que façam um mandato a defender Gaia e esqueçam a 'partidarite'. Precisamos de mais gente a pensar na cidade e menos gente a pensar nos projetos pessoais e políticos", desenvolveu.

Por fim, o autarca não esconde que está a conceber "um projecto de ciclo autárquico", ou seja, a 12 anos: "Tínhamos o estigma de Gaia ser um trampolim. Não penso assim, mas não estou obcecado por estar cá. Tenho a humildade de reconhecer que durante estes próximos quatro anos tenho de responder positivamente a quem confia e confiou em mim".

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