Timo Werner, o prometedor avançado a quem o barulho incomoda

O futebolista alemão está em dúvida para o jogo frente ao FC Porto.

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LUSA/SASCHA STEINBACH

Estava tudo a correr bem na carreira de Timo Werner, provavelmente o melhor avançado centro que a Alemanha produziu nos últimos anos. O jovem de 21 anos que cresceu em Estugarda e fez toda a sua formação no principal clube daquela cidade germânica, foi contratado pelo RB Leipzig na última época. As suas qualidades de goleador ficaram comprovadas logo na sua temporada de estreia, destacando-se com 20 golos em 32 jogos, para além de chamadas à selecção principal da Alemanha. Este ano, seguia pelo mesmo caminho. Em 9 jogos já tinha acertado por seis vezes nas balizas adversárias. Até que o barulho ensurdecedor dos adeptos do Besiktas, quando o clube turco recebeu o emblema alemão, a 26 de Setembro, no jogo da segunda jornada do Grupo G da Liga dos Campeões, levou Werner “ao tapete”.

O jovem avançado sentiu-se indisposto em pleno relvado e pediu a substituição ao minuto 32. Werner não aguentou o ruído que envolvia os jogadores no Vodafone Park, em Istambul, e foi encaminhado para os balneários. Desde esse dia, não voltou a jogar e, apesar de ter sido avançada a hipótese de que iria regressar à competição no jogo do último fim-de-semana, em Dortmund, frente ao Borussia, a verdade é que Werner não saiu do banco de suplentes do RB Leipzig.

Ontem, na antecipação do jogo com o FC Porto, Ralph Hasenhuttl, treinador do RB Leipzig, não abriu o jogo quanto a um possível regresso do jovem atleta já contra os “dragões”. “O Werner ainda não está a 100%. Conseguiu fazer um treino leve, mas temos de ver amanhã [hoje]. Ainda não tomei uma decisão. Mas o importante é que não tenha mais queixas, logo decidirei quanto tempo poderá jogar”, disse.

Cobiçado por alguns dos emblemas de topo da Europa (têm vindo a público notícias que dão conta de que Werner é seguido por Real Madrid, Barcelona, Bayern Munique e vários dos principais clubes da Premier League), o melhor marcador do RB Leipzig tem sido submetido a numerosos exames médicos. E foi Kurt Mosetter, um clínico alemão que trabalhou com a selecção dos Estados Unidos no Mundial de 2014, no Brasil, quem avançou com o diagnóstico que, neste momento, parece ser definitivo. O problema de Werner remonta a 2 de Julho, quando, ao serviço da selecção germânica, jogou a final da Taça das Confederações contra o Chile, partida em que, aos 65’, sofreu uma cotovelada num maxilar, aplicado pelo defesa central chileno Jara, que o deixou estendido na relva. Cerca de dez minutos depois, Werner, que tinha feito a assistência para o golo que daria o triunfo alemão, seria substituído por Emre Can, sem apresentar queixas.

Três meses depois, a explicação médica para as tonturas de Werner apontam para um traumatismo na articulação entre a têmpora e a mandíbula que terá afectado os músculos que fazem ligação à coluna cervical, provocando-lhe uma hipersensibilidade auditiva. Para os médicos, é natural que uma lesão deste tipo leve três meses a manifestar-se, dado que os seus efeitos são progressivos e cumulativos. A recuperação leva tempo, mas consegue-se e os responsáveis do RB Leipzig têm tido muito cuidado para não dar passos em falso que possam comprometer o futuro desportivo de um jogador que tem um potencial futebolístico incrível. Hoje à noite, logo se verá se Werner já está em condições de o mostrar.

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