Bebé de um mês entre os mortos. O que sabemos sobre as vítimas

Protecção Civil confirmou 36 mortes na sequência dos incêndios que começaram neste domingo. Entre as vítimas está um bebé de um mês que estava dado como desaparecido, mas entretanto foi encontrado morto.

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Paulo Pimenta

Pelo menos 36 pessoas morreram nos mais de 500 incêndios que deflagraram desde domingo, o pior dia do ano em fogos, segundo o último balanço efectuado a meio da tarde desta segunda-feira pela  adjunta da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar. Entre as vítimas mortais está um bebé de apenas um mês e os seus pais. O bebé estava dado como desparecido, mas foi encontrado morto, em Tábua.

As mortes com localizações já conhecidas ocorreram nos distritos da Guarda (duas), Coimbra (13), Viseu (19) e Castelo Branco (uma).  A esta hora não é possível saber detalhes sobre as circunstâncias em que muitas das mortes aconteceram. Esta é a síntese possível das situações já confirmadas.

Coimbra

Penacova: dois mortos

Duas pessoas morreram num incêndio em Vale Maior (Penacova) e foram encontradas num barracão agrícola, confirmou Patrícia Gaspar.

Uma fonte autárquica disse à Lusa que as duas mortes ocorreram devido ao fogo que teve origem na manhã de domingo no concelho da Lousã, na povoação de Vale Maior, concelho de Penacova e distrito de Coimbra. 

Eram dois irmãos, com idades a rondar os 40 anos, e, de acordo com várias testemunhas, estariam a tentar salvar a lenha guardada no barracão que pertencia ao pai, quando foram cercados pelas chamas. 

Oliveira do Hospital: cinco mortos

Sem avançar pormenores, a Protecção Civil confirmou a existência de cinco vítimas mortais em Oliveira do Hospital, dois dos quais em Vila Pouca, um em Nogueira do Cravo e mais um em Quinta de São Pedro. 

Coja: um morto

Uma pessoa morreu em Cerdeira, Coja, distrito de Coimbra. 

Tábua: três mortos

Ao final da manhã, o balanço da Protecção Civil apontava para duas vítimas mortais na Quinta da Barroca, em Tábua, e um desaparecido. Patrícia Gaspar confimou à tarde que o bebé de um mês que estava dado como desaparecido foi encontrado morto. Os pais são as outras duas vítimas mortais.

Arganil: dois mortos

De acordo com a ANPC, registam-se duas mortes em Arganil, no distrito de Coimbra.

Viseu

A25: dois mortos

O comandante dos bombeiros de Oliveira de Frades confirmou ao Jornal de Notícias que duas pessoas morreram após um choque na A25, junto à estação de serviço de Vouzela, no sentido Viseu-Aveiro, onde havia carros em contramão. Segundo o jornal, uma das vítimas era uma jovem de 19 anos que estava grávida. A outra, uma professora de 40 anos, viria a falecer esta tarde no hospital, ainda de acordo com o JN.

Nelas: um morto

Já na madrugada desta segunda-feira, a adjunta da Protecção Civil confirmou a existência de uma vítima em Nelas (distrito de Viseu), tratando-se uma pessoa que estava dada como desaparecida. De momento, não se conhecem mais dados sobre o caso.

Vouzela: seis mortos

O presidente da Câmara de Vouzela avançou na manhã de segunda-feira a notícia da morte de quatro pessoas, todas residentes na aldeia de Ventosa. Três das vítimas foram encontradas dentro das suas casas e a outra, na via pública. “Para já, são quatro mortos, mas ainda estamos a fazer a avaliação. Também continuamos com frentes de fogo activas”, disse à Lusa. O Jornal de Notícias escreve que, no total, são seis as vítimas mortais em Vouzela. 

Santa Comba Dão: cinco mortos

O número de vítimas mortais ascende a cinco (um em São Jorge) em Santa Comba Dão e há um desaparecido, também segundo a ANPC. 

Carregal do Sal: dois mortos

Duas pessoa morreram em Carregal do Sal, indica o último balanço da Protecção Civil.

Tondela: três mortos

Em Tondela, distrito de Viseu, há registo de três vítimas mortais.

Castelo Branco

Sertã: um morto

Uma pessoa morreu num incêndio no concelho da Sertã. Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco, o morto é um civil cujo corpo foi encontrado na localidade de Vale do Laço. Uma fonte da autarquia adiantou ao Expresso que se trata de um homem com cerca de 50 anos, deficiente auditivo. Estaria com a irmã, também deficiente auditiva, que foi salva pelos bombeiros, quando estes chegaram. O homem terá morrido devido à “queda de uma estrutura”, segundo a Protecção Civil. Na mesma localidade, também devido ao incêndio, registaram-se três feridos.

Guarda

No distrito da Guarda morreram duas pessoas na aldeia de Cide, em Seia. Segundo fonte da Protecção Civil, trata-se de um casal. A SIC Notícias refere que uma centena de pessoas tinham sido retiradas da aldeia mas o casal, com cerca de 40 anos, decidiu voltar à localidade para proteger a habitação, deixando os dois filhos menores em segurança. O casal acabou por ser apanhado pelas chamas e os corpos foram encontrados no carro. 

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