Director da TVI ouvido terça-feira em tribunal sobre notícias da resolução do Banif

Notícia do canal terá precipitado a corrida aos depósitos, diz acusação.

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Sérgio Figueiredo Nuno Ferreira Santos

O director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, será ouvido na terça-feira no Tribunal de Cascais a propósito da notícia sobre os problemas no Banif, dias antes da resolução do banco, num processo movido pela Alboa.

A informação foi confirmada à Lusa por fonte oficial da Associação de Defesa dos Lesados do Banif (Alboa), entidade que moveu uma acusação particular contra Sérgio Figueiredo, depois de o Ministério Público ter considerado que não havia fundamento para uma acusação.

A audiência por um juiz a Sérgio Figueiredo, a partir das 10h00 no Tribunal de Instrução de Cascais, insere-se no âmbito do debate instrutório dessa acusação particular da Alboa.

Em Maio de 2016, a Alboa informou que enviou uma queixa-crime ao DIAP contra o director de informação da TVI e desconhecidos pela notícia que a TVI passou em rodapé no dia 13 de Dezembro, com a informação "Banif: A TVI apurou que está tudo preparado para o fecho do banco -- A parte boa vai para a Caixa Geral de Depósitos - vai haver perdas para os accionistas e depositantes acima dos 100.000 euros e muitos despedimentos".

"A Alboa considera que o papel da TVI na queda do Banif, com a publicação da notícia, foi determinante tendo com isso levado a que milhares de pessoas sofressem perdas financeiras drásticas", justificaram então os lesados.

A TVI noticiou em 13 de Dezembro de 2015 (um domingo à noite) que o Banif ia ser alvo de uma medida de resolução.

A notícia terá precipitado a corrida aos depósitos, cuja fuga foi próxima de 1000 milhões de euros na semana seguinte, segundo revelaram na Assembleia da República vários responsáveis no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Em 20 de Dezembro de 2015, uma semana depois, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.

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