Detenções por fogo posto são quase o triplo do ano passado

Entre as 152 pessoas suspeitas, 20 são mulheres. Vila Real, Guarda e Leiria são os distritos com mais detidos em 2017.

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Imagem aérea de floresta ardida Nelson Garrido

Desde o início deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) já identificou e deteve 101 pessoas por suspeita de crime de incêndio florestal. A Guarda Nacional Republicana, no mesmo período, deteve 51. No total, são 152 pessoas, quase o triplo das 53 detidas em 2016 pelas duas polícias. Vila Real é, no caso da PJ, o distrito onde houve mais detenções (30). Guarda e Leiria atingem os máximos no caso da GNR (17 detenções nestes dois distritos), seguindo-se Porto e Setúbal (cinco detenções em cada um). No total dos 152 suspeitos, 20 são mulheres e 132 são homens.

A mais recente detenção pela PJ de que havia registo até esta segunda-feira e que levou o número de detidos por esta polícia a ultrapassar este ano a centena diz respeito a um homem de 48 anos no concelho de São Pedro do Sul. "Terá ateado os fogos com recurso a chama directa, em zona de pinheiros e de eucaliptos, pondo em perigo a muito extensa mancha florestal e habitações aí existentes", refere a PJ em comunicado.

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O presumível autor desses incêndios estava sob o efeito do álcool quando terá ateado os fogos. Depois do interrogatório, e como medida de coacção, ficou obrigado a apresentar-se diariamente às autoridades policiais.

Este será um de milhares de inquéritos iniciados este ano — o PÚBLICO está a tentar obter os números junto da Procuradoria-Geral da República (PGR). No ano passado, 9955 inquéritos foram abertos para investigação da eventual prática de crime de incêndio florestal, cometido na forma dolosa ou negligente, de acordo com o gabinete de imprensa da PGR. Tinham sido 11.311 no ano anterior (2015).

O número de casos em que houve acusação, e que passaram por tribunal, são significativamente mais baixos: 119 em 2015, 140 em 2014 e 139 em 2013.

Notícia actualizada às 20h46

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