Duarte Marques: Presidente devia convocar Conselho de Estado para “pôr ordem nisto”

O social-democrata diz que a Protecção Civil "falhou" na defesa das pessoas, entrou em colapso. E que António Costa devia ter "noção".

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Duarte Marques está a acompanhar os incêndios desde a madrugada Enric Vives-Rubio

O deputado social-democrata Duarte Marques defende que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, devia convocar um Conselho de Estado para “pôr ordem” naquilo que considera ser a “desorientação” do Governo a gerir a situação dos incêndios que voltaram a assolar o país desde o fim-de-semana.

“Tendo em conta a desorientação do Governo nesta matéria, se calhar era oportuno que o Presidente ponderasse convocar um Conselho de Estado para pôr ordem nisto”, disse ao PÚBLICO. O próximo Conselho de Estado, para o qual foi convidado o presidente da Comissão Europeia, está marcado para 30 de Outubro, mas não é sobre incêndios.

Apesar de defender que, enquanto os fogos não estiverem apagados, o momento deve ser de “contenção” nos comentários, Duarte Marques não deixa de criticar o executivo e diz mesmo que o primeiro-ministro “devia ter noção”. Refere-se não só à actuação de António Costa durante esta tragédia e a de Pedrógão Grande, mas também às políticas do executivo em matéria de Protecção Civil.

“Depois de Pedrógão Grande não se aprendeu nada. Um Governo que altera a quase totalidade da estrutura da Protecção Civil a dois meses da época de incêndios tem de assumir as responsabilidades. E é o primeiro-ministro que tem de assumir. Desde Pedrógão Grande que o Governo anda a empurrar responsabilidades e tem de as assumir”, afirmou. Questionado sobre se essa assunção de responsabilidades implicava demissões, respondeu apenas: “É demasiado óbvio o que devia haver. Acho que o primeiro-ministro devia ter noção.”

A acompanhar as notícias desde a madrugada, o social-democrata considera “estranho” que a Protecção Civil “falhe a proteger as pessoas”: “É estranho, mais uma vez. A temperatura, o tempo, o combustível, tudo deve ser tido em conta. O que volta a ser estranho é como a Protecção Civil falha a proteger as pessoas. O nosso sistema de protecção de pessoas esta a falhar. Até posso admitir que os fogos são incontroláveis, mas a Protecção Civil falhou, entrou em colapso. É muito estranho e é muito triste.”

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