Aliados soberanistas de Puigdemont impacientes

Partidos e associações catalãs querem que o líder da Generalitat responda a Rajoy claramente que declarou a independência.

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“O govern não actuou como nos tinha informado”, lamentou Nuria Gibert, uma das porta-vozes da CUP MARTA PEREZ/EPA

O presidente da Generalitat catalã está a ser pressionado por todos os lados. O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, deu-lhe prazo até segunda-feira para clarificar se declarou ou não a independência da Catalunha, e depois até quinta-feira, se de facto insistir em quebrar a unidade de Espanha. Mas agora, a coligação soberanista que sustenta o governo autonómico está a dar sinais de quebrar.

A CUP, o partido anti-sistema de esquerda, exige “uma declaração solene de independência”, recusando dar qualquer margem para diálogo com Madrid. O partido não está disposto a aceitar aa declaração ambígua de Carles Puigdemont de terça-feira no parlamento catalão, em que declarou a independência para a suspender logo a seguir, quando ganhou tempo mas semeou a confusão.

“O govern não actuou como nos tinha informado”, lamentou Nuria Gibert, uma das porta-vozes da CUP, citada pelo jornal da Catalunha La Vanguardia. O prazo de um mês que a CUP tinha acedido a dar a Puigdemont para tentar negociar com Rajoy “está esgotado”, devido à “falta de transparência” que usou neste processo. Intimam por isso Puigdemont a responder de forma “nitidamente afirmativa” na segunda-feira a Rajoy sobre se declarou ou não a independência – o que levará Madrid a activar o artigo 155º da Constituição espanhola, para intervir na administração da Catalunha e, possivelmente, decretar o estado de emergência na região.

Se a CUP é quem verbaliza mais a sua insatisfação com o que poderá ter sido uma cedência a outras pressões, as da Europa, mais ou menos todos os aliados de Puigdemont se mostram insatisfeitos, desde a Esquerda Republicana até às associações Òmnium e Assembleia Nacional Catalã (ANC). O Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT), de Puigdemont, está a ficar isolado e, recorde-se que o anterior líder da Generalitat, Artur Mas, foi forçado a sair por pressão da CUP e da ANC.

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