Hortas inteligentes e aquecedores à luz das velas

A tecnologia já se infiltrou na natureza, com estantes inteligentes que têm hortas em vez de livros, e produtos que concebidos para gastar menos energia.

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Com a tecnologia, os frutos e legumes podem crescem em estantes Enric Vives-Rubio,Enric Vives-Rubio
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ADRIANO MIRANDA

A tecnologia também pode ser verde e sustentável, com aquecedores e carregadores que funcionam sem corrente eléctrica, jardins ou hortas inteligentes, e monitores que investigam o mau uso da electricidade.

Hortas inteligentes

A Click & Grow inspirou-se nas missões da NASA para chegar a Marte e criou  micro-hortas e jardins que é possível fazer crescer em espaços fechados, como apartamentos. O objectivo do fundador, Mattias Lepp, é aumentar a produção de alimentos caseiros, e minimizar o lixo produzido.

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O Wall Farm confunde-se com uma estante para livros Click & Grow

Um dos seus produtos recentes é a Wall Farm – uma “horta inteligente” que se liga a uma tomada e se assemelha a uma estante, mas com legumes em vez de livros. As estantes estão equipadas com sensores que monitorizam a qualidade da terra, a intensidade da luz das lâmpadas (ideal para crescer a horta em espaços interiores), e estão programadas para libertar nutrientes automaticamente, consoante o ciclo de vida das plantas. Tem de se regar as plantas manualmente, mas apenas quando a Wall Farm envia um alerta luminoso a avisar que o nível de água está baixo. Há opção de a comprar com um conjunto completo de cápsulas para legumes, flores, ou ervas aromáticas.

Segundo a empresa, “os produtos ajudam as plantas a crescer mais rapidamente – tudo sem pesticidas, hormonas ou outras substâncias nocivas”. A estante para 51 plantas custa 1299 euros. Há versões mais pequenas: por exemplo, o vaso “jardim inteligente número nove” (que como o nome diz, aloja nove plantas) custa 199 euros – e inclui um sistema de rega automático. Ainda se tem, porém, de encher o compartimento, manualmente, algumas vezes por semana.

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Há modelos de jardins inteligentes mais pequenos Click and Grow

Electricidade de bolso

Ao rodar uma bola na mão quando se está aborrecido, também se pode gerar energia suficiente para carregar o telemóvel. Pelo menos, é o conceito do Hand Energy, um gerador de electricidade “de bolso” que se assemelha a uma pequena bola de ténis. Ao rodá-la, o motor no interior da esfera produz e armazena energia cinética (do movimento) que pode carregar um pequeno aparelho electrónico – por exemplo, o smartphone – via cabo USB. O projecto está a ser financiado através de uma campanha no Kickstarter.

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Com o HandEnergy cada pessoa produz a sua própria energia HandEnergy

O produto deve rondar os 85 euros, e vem com uma app onde os vários utilizadores podem competir entre si para gerar o máximo de energia possível.

No mercado, já há outros conceitos de “mini geradores de electricidade”. Em 2015, uma startup na Coreia do Sul lançou um projecto de financiamento colectivo para criar um painel solar tão pequeno, leve e elegante que fosse utilizado pelo utilizador de qualquer smartphone.Solar Paper da Yolk Electronics já está no mercado. Custa cerca de 125 euros (mais 18 euros de portes), e demora entre uma a duas semanas a ser enviado dos Estados Unidos. Pode carregar qualquer aparelho com um cabo USB – desde smartphones a baterias externas, câmaras e até tablets. Podem-se comprar até três painéis adicionais para juntar ao aparelho inicial que é à prova de água e de pó.

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Podem-se unir três painéis para produzir mais electricidade Yolk Electronics

Wattson, o inspector wireless

Wattson Solar Plus é um aparelho que permite às famílias monitorizar a quantidade de energia que usam em casa, facilmente, através de avisos luminosos (que qualquer pessoa pode compreender). Custa cerca de 100 euros, e apresenta um brilho vermelho se os habitantes da casa estão a gastar muita energia, ou azul quando estão a ser eficientes em termos energéticos. Além disso, o monitor mostra o número de Watts gastos por ano, ou – para quem prefere – o dinheiro que é gasto nesse período.

Funciona através de pequenos sensores, que se colam aos cabos de alimentação (do computador ou televisão, por exemplo) e enviam automaticamente a informação ao Wattson. A informação pode ainda ser transferida para o computador para que cada utilizador perceba, exactamente, em que aparelhos em que se está a gastar mais energia.

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A cor da luz indica o tipo de gasto energético de cada casa Diykyoto

Aquecedores à luz das velas

A Egloo é um exemplo de como a inovação tecnológica pode passar por desenvolver produtos que não usem electricidade ou tecnologia. Foi criada para provar que três pequenas velas – que custam apenas 10 cêntimos em algumas lojas – podem aquecer uma divisão inteira, através de um pequeno aparelho construído à base de terracota (um material composto por argila cozida que produz e liberta energia gradualmente). É composto por duas cúpula de terracota que se colocam por cima das velas. Estas queimam lentamente através da pequena corrente de ar que chega da pequena abertura no fundo do aparelho, e conseguem aumentar três graus da temperatura de um quarto de 20 metros quadrados em meia hora. Custa 60 euros.

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O Egloo é pequeno, mas aquece divisões inteiras Egloo
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