Santana Lopes à conquista de apoios na bancada parlamentar

O candidato à liderança do PSD almoçou com deputados.

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Santana Lopes está a recolher o apoio de passistas NFACTOS / Pedro Granadeiro

Nos últimos dias, Pedro Santana Lopes não se tem poupado a esforços para conquistar apoios dentro do PSD. E não descurou a bancada parlamentar, dominada por passistas. O ainda provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa almoçou, esta semana, com um grupo de dez deputados, num restaurante em Lisboa.

Foi um almoço informal que juntou à mesma mesa deputados eleitos por vários círculos e que, nalguns casos, ainda não tinham posição definida quanto ao apoio aos candidatos à liderança do partido, apurou o PÚBLICO. O certo é que com a saída de Passos Coelho, a desistência de Luís Montenegro, de Paulo Rangel e até de Miguel Pinto Luz, muitos dos deputados que eram próximos da actual direcção do partido estão dispostos a apoiar Santana Lopes.

Alguns fizeram uma declaração no Facebook, como foi o caso de Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada. O deputado, eleito por Viana do Castelo, justificou o apoio por considerar que Santana Lopes pode derrotar os socialistas nas próximas legislativas, mas também por contestar uma das ideias associada a Rui Rio – a do bloco central. “É uma ideia perigosa para o país”, defendeu. O deputado acrescenta ainda um argumento que é muito usado por quem se afasta do ex-autarca do Porto: Santana Lopes “não passou os últimos anos a denegrir Pedro Passos Coelho enquanto este travava e vencia uma luta desigual para salvar o país”. Neste ponto, os sociais-democratas não apontam o dedo apenas às intervenções do agora candidato à liderança, mas sobretudo a dois dos seus apoiantes: Manuela Ferreira Leite e José Pacheco Pereira.

Apesar de, neste momento, haver deputados ainda indecisos no apoio aos candidatos há outros que não quiseram faltar à apresentação da candidatura do ex-autarca do Porto. Em Aveiro, na passada quarta-feira, estiveram Carlos Peixoto (líder da distrital da Guarda), Bruno Coimbra (eleito por Aveiro), Rubina Berardo (Madeira), Virgílio Macedo, ex-líder da distrital do Porto, Rui Silva (Braga e líder da concelhia de Vila Verde) e Firmino Pereira (Porto). Fora do Parlamento, também o advogado Menezes Leitão e o professor de Relações Internacionais Tiago Moreira de Sá declararam apoiar Rio.

A questão da relação entre o PSD e o CDS nos próximos tempos também será relevante nas candidaturas. O CDS não é indiferente a Rui Rio, até porque o Porto, no tempo do autarca, foi governado em coligação. Mas houve democratas-cristãos a notarem que Santana Lopes registou, no seu artigo do Correio da Manhã desta sexta-feira, que Assunção Cristas só admite coligações com o PSD.

Os últimos dias permitiram também confirmar alguns apoios que já eram esperados em cada candidatura. Manuela Ferreira Leite, no seu espaço de comentário na TVI24, saiu em defesa de Rui Rio, que considera ter “bastantes mais condições, porque tem uma imagem de credibilidade pelo seu percurso”. Já Miguel Relvas, ex-número dois de Passos Coelho, declarou, que irá votar Santana Lopes. Numa entrevista na SIC-Notícias, Relvas criticou algumas propostas associadas a Rui Rio: “Não quero o PSD no bloco central, não quero a regionalização no meu país.”

Outra figura do anterior Governo que agora dá um sinal positivo a Santana Lopes é o comissário europeu Carlos Moedas. Sem declarar o apoio formal, por causa do seu cargo em Bruxelas, Carlos Moedas confirmou na SIC, esta sexta-feira de manhã, que fez um telefonema de “simpatia” ao ex-primeiro-ministro, por quem tem “muita admiração”. 

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