Um Lusitano sem “segredos” para um FC Porto em alerta

Sérgio Conceição não menospreza capacidade de superação dos eborenses, que jogarão no Restelo a continuidade na Taça.

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O jogo é de Taça e o Lusitano GC não abdica do sonho de um regresso apoteótico a Évora, mesmo que todo o país insista em lembrar aos alentejanos que este “dragão” é fogo. Apesar de Duarte Machado, administrador/treinador do sétimo classificado da Divisão de Elite da AF Évora, fazer questão de contextualizar o jogo, vincando o carácter deste FC Porto reinventado “à imagem de Sérgio Conceição”, acaba por ser difícil travar a euforia.

Este é um sentimento, contudo, esmagado pela racionalidade das casas de apostas. Especialmente depois de o clube eborense ter mudado o palco do jogo do Alentejo para o Restelo (antiga casa do então lateral Duarte Machado). Um tiro no pé, com polémica e discussões apaixonadas à mistura. A perspectiva de sucesso, apesar da coluna de autocarros que hoje rumará a Belém, cai assim a pique.

E, para agravar o cenário, nada melhor do que uma espécie de harakiri, com o treinador lusitano a confirmar ter acedido ao pedido de Sérgio Conceição, enviando para o Porto um vídeo com os “segredos” da própria equipa e a forma como eliminou Vasco da Gama Vidigueira (3-1) e Pero Pinheiro (4-1), para além da entrada em falso no campeonato (derrota com o Arcoense, por 1-0, no Campo Estrela) e da reabilitação em Cabrela (Montemor-o-Novo), com moralizadora goleada (4-0).

“Ninguém é derrotado à partida. É possível derrotar o FC Porto, numa tarde muito, muito má do FC Porto e uma tarde brilhante nossa. Temos um grupo ambicioso. Há que desfrutar do jogo”, vincou Machado.

Atento a qualquer tentativa de superação do rival, Sérgio Conceição deixou o alerta na abordagem à terceira eliminatória da Taça de Portugal. O treinador do FC Porto conhece o risco que pode representar um adversário motivado e capaz de transcender-se em jogos como os da prova-rainha. Por isso mesmo, sublinha que o FC Porto terá que encarar a eliminatória com máxima seriedade, pedindo aplicação nos limites.

“Quero conquistar este troféu. Estive na final como treinador e tive a oportunidade de ganhar como jogador. É uma competição fantástica, com um ambiente fabuloso. Tenho esse objectivo pessoal e acho que todos também deveriam ter”.

O treinador vincou, então, os perigos desta competição. “Os jogos de Taça são perigosos porque há uma motivação muito grande do adversário. Vamos ter que ser muito sérios para conseguirmos vencer. Podem pensar que quem joga com o Lusitano ou com equipas da distrital tem a vida facilitada, mas não”.

A ausência de diversos internacionais, em representação das respectivas selecções nacionais, condicionou o trabalho do FC Porto, que viu o quarteto mexicano aterrar e seguir directamente para o Olival, onde ainda não chegara Maxi Pereira, já sem falar na lesão de Soares.

“Vou escolher o melhor ‘onze’ olhando ao desgaste e à recuperação de alguns jogadores”, admitiu Sérgio Conceição, assumidamente feliz pela renovação de Aboubakar. “Fico contente. Era uma das prioridades do clube renovar com um jogador com grande potencial e que pode ser muito útil no presente e no futuro”, disse, mudando o registo quando instado a comentar as declarações do seleccionador do México, Juan Carlos Osorio, que manifestou apreensão pela falta de ritmo competitivo de Diego Reyes e Miguel Layún, dupla que terá sido objecto de um plano específico.

“É absolutamente ridículo. Temos um plano individual para cada jogador. O Reyes segue, como todos os outros, um programa específico, com apoio de fisiologistas, nutricionistas... O treinador do México devia era agradecer ao FC Porto o facto de o Corona ter sido o melhor em campo, o Herrera ter feito um golo e o Layún uma assistência”.

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