Até o Pokemon Go terá sido utilizado pela Rússia para influenciar as eleições norte-americanas

Uma campanha com ligação à Rússia, que pertence ao movimento Black Lives Matter, utilizou o jogo que apaixonou milhões de pessoas para aprofundar as tensões raciais.

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nelson garrido/arquivo

São bem conhecidas as suspeitas de que a Rússia terá tentando interferir nas eleições presidenciais norte-americanas, no ano passado, utilizando para isso, como vem sendo noticiado nos últimos dias, anúncios parciais nas principais redes sociais. Agora, segundo a CNN, uma campanha com ligações a Moscovo pode ter aproveitado um jogo de realidade aumentada que pôs milhões de pessoas a caçar criaturas digitais em ruas e parques com o objectivo de acicatar as tensões raciais nos EUA: o Pokemon Go.

A campanha chamava-se “Não disparem sobre nós” (“Don´t Shoot Us”, em inglês) alegando fazer parte do movimento Black Lives Matter, que surgiu depois de vários casos de brutalidade policial contra negros. Segundo fontes próximas da investigação sobre a interferência russa nas eleições ouvidas pela CNN, esta campanha “fantasma” publicou na sua página no Tumblr um apelo para que os jogadores encontrassem Pokemons em lugares onde ocorreram estes casos de brutalidade policial e depois dar o nome das vítimas aos Pokemons.

“É claro que, a partir das imagens partilhadas connosco pela CNN, os activos do nosso jogo foram apropriados e utilizados de forma indevida em promoções sem a nossa permissão”, disse, em comunicado, à CNN a empresa Niantic, que criou o Pokemon Go.

 O canal norte-americano refere ainda que as páginas da campanha, no Facebook, Instagram e no Twitter, foram, entretanto, encerradas, mas a conta no Youtube e o site continuam activos.

Esta semana, foi noticiado que o Google descobriu, pela primeira vez, provas de que as suas plataformas – tais como o Gmail, o YouTube ou o próprio motor de busca – foram aproveitadas por operacionais com ligações a Moscovo com o objectivo de difundir desinformação para influenciar a campanha eleitoral nos Estados Unidos. Antes, o Facebook admitiu que mais de três mil anúncios facciosos, com origem russa, circularam na rede social nos meses que antecederam as eleições presidenciais nos EUA.

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