As artes (e o mundo) pela lente do Antropoceno

Capitalismo, feminismo e colonialismo serão alguns dos temas a abordar no primeiro capítulo do programa Metabolic Rifts, que decorre este sábado em Serralves, enquadrando as peças da coreógrafa Alexandra Bachzetsis.

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No trabalho de Alexandra Bachzetsis, as questões da identidade, e em particular da identidade de género, são dominantes BLOMMERS & SCHUMM

Em articulação com as performances de Alexandra Bachzetsis, Serralves acolhe, no sábado, o primeiro capítulo do programa Metabolic Rifts, “assembleia de pensamento crítico” mobilizada pelas investigadoras Alexandra Balona (também crítica de dança do PÚBLICO) e Sofia Lemos, um dos projectos vencedores das bolsas Criatório da Câmara Municipal do Porto. A partir de leituras que vão desde os estudos pós-coloniais e de género à economia e à geografia – sempre em diálogo com a prática e investigação artísticas –, neste programa procura-se olhar “os metabolismos do sistema da Terra, metabolismos esses em ruptura desde a Revolução Industrial e agora com o Antropoceno, em relação às diferentes narrativas construídas a partir dos contextos neoliberais que ditam a condição actual do sujeito”, enquadra Sofia Lemos.

Como assinala Alexandra Balona, falar do Antropoceno é falar obrigatoriamente “do capitalismo” e de “questões étnicas, feministas e coloniais” – mas também da “desconstrução do sujeito” e da “performance da individualidade e identidade”, temas que são abordados por Bachzetsis. Poder-se-ão estabelecer também conexões entre o trabalho da coreógrafa e o da investigadora Ana Vujanovic, uma das oradoras deste primeiro painel do Metabolic Rifts, a par de Brenna Bhandar, Nikita Dhawan e Ana Teixeira Pinto. 

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