Justin Trudeau quer criar os filhos como feministas para combater “cultura do sexismo”

Na hora de criar a sua filha, o primeiro-ministro teve a certeza de que a queria educar com princípios feministas. Mas a sua mulher lembrou-o que também os seus filhos rapazes têm um papel importante no que diz respeito à igualdade de género.

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O primeiro-ministro canadiano e a sua família Reuters/CHRIS WATTIE

“Os nossos filhos têm o poder e a responsabilidade de mudar a nossa cultura do sexismo” – é esta a ideia fundamental que o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, transmite num artigo que escreveu para a revista Marie Claire, publicado, nesta quarta-feira, em que defende que os rapazes, tal como as raparigas, devem ser criados e educados como feministas.

Trudeau acredita que o seu trabalho mais importante não é o de ser político, é o de ser pai – de dois rapazes (Xavier e Hadrien) e de uma rapariga (Ella-Grace). Como tal, diz preocupar-se, sobretudo, com a sua filha porque testemunha “os obstáculos desiguais que as mulheres enfrentam todos os dias”: desde a violência, à discriminação e aos estereótipos que as impedem de “alcançar os seus sonhos”.

Assim, para que pudesse vingar, apercebeu-se que teria de educar a sua filha enquanto feminista. “Óptimo”, respondeu a mulher dele, Sophie Grégoire, “mas como é que vais educar os teus filhos para também serem fortes defensores das mulheres e das meninas?”.

Trudeau, de 45 anos, já se assumiu em diversas ocasiões como feminista. Em 2015, após ter sido eleito para o cargo de primeiro-ministro, elegeu um número equilibrado de ministros: 15 homens e 15 mulheres.

“A igualdade de género não é só uma questão para mulheres e raparigas”, admite o primeiro-ministro. “Todos nós podemos beneficiar de que as mulheres e raparigas tenham as mesmas oportunidades que os homens e rapazes”. O governante quer criar os seus filhos para que consigam sentir empatia e prossegue, será esse um dos caminhos para um mundo de “abertura, amor e um forte sentido de justiça”.

O primeiro-ministro refere que o feminismo não se trata, apenas, da “crença de que os homens e as mulheres são iguais”, mas que a igualdade permite que todos sejamos mais livres. Ainda assim, reconhece que “esse mundo não existe ainda”, mas que pode vir a ser realidade: “criar as nossas crianças enquanto feministas é reconhecer que todos têm um papel a representar para construir esse mundo”, concluiu Justin Trudeau.

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