Mulher de Weinstein anuncia separação após revelações de abusos sexuais

A lista de vítimas dos abusos sexuais do produtor norte-americano não pára de crescer. Obama também já se pronunciou contra Weinstein.

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Georgina Chapman está casada com o produtor norte-americano há dez anos Reuters/Danny Moloshok

Depois de inicialmente ter afirmado que ficaria do lado do marido, Georgina Chapman, mulher de Harvey Weinstein, anunciou esta terça-feira que se irá separar na sequência de uma vasta lista de revelações de abuso sexual de que o produtor é acusado. Casada com Weinstein desde 2007, Georgina Chapman, 41 anos, tem dois filhos do produtor norte-americano, com sete e quatro anos.

“O meu coração está devastado devido as mulheres que sofreram uma dor tremenda com estas acções imperdoáveis. Escolhi deixar o meu marido. Tomar conta dos meus filhos é a minha primeira prioridade e, por isso, peço à imprensa privacidade neste momento”, declarou Chapman num comunicado enviado à revista People.

São pelo menos três décadas de assédio e chantagem sexual que se estendem numa lista de pelo menos 28 vítimas e que deverá continuar a crescer, à medida que mais mulheres perdem o receio de partilhar o seu testemunho. A lista das vítimas foi publicada pela revista The CutEsta terça-feira, New York Times revelou as histórias das actrizes Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie.

Chapman é a criadora da marca de luxo feminina, Marchesa, que veste várias figuras da passadeira vermelha. A marca foi criada em 2004, ano em que a antiga modelo inglesa conheceu Weinstein numa festa em Nova Iorque, quando tinha 28 anos.

Várias estrelas da indústria e personalidades norte-americanas estão a pronunciar-se contra o produtor. Uma das personalidades mais influentes a condenar os abusos é Barack Obama, ex-Presidente dos EUA.

“Eu e a Michelle sentimos repulsa em relação às recentes revelações sobre Harvey Weinstein”, declarou Obama, num comunicado emitido nesta terça-feira face às acusações de que Weinstein, um dos financiadores da campanha dos democratas, é alvo.

O antigo líder dos EUA sublinha que “qualquer homem que humilha e degrada as mulheres desse modo tem de ser condenado e responsabilizado, para além da riqueza ou estatuto”. No mesmo documento, Obama pede a responsabilização e condenação de Weinstein, elogiando a “coragem das mulheres que se chegaram à frente para contar estas dolorosas histórias”, cita a CBS. Malia Obama, a filha mais velha de Barack e Michelle Obama, estagiou na produtora de Weinstein no início deste ano. O produtor foi despedido da empresa do qual era co-fundador, que já garantiu que pretende colaborar com as investigações.

Também a democrata e antiga candidata à presidência norte-americana Hillary Clinton declarou-se “chocada e consternada com as revelações feitas sobre Harvey Weinstein”.

Através do seu porta-voz, Nick Merrill, a democrata sublinhou que "o comportamento descrito pelas mulheres que se chegaram à frente não pode ser tolerado". "A sua coragem e o apoio de terceiros é crítico para ajudar a parar este tipo de comportamento”, vincou Clinton, que, de acordo com a CNN, terá tido em Weinstein uma ponte para muitas estrelas de Hollywood que apoiaram a sua candidatura na corrida à Casa Branca.

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