PSD-Madeira quer compromissos para apoiar candidaturas à liderança do partido

Funchal tem dossier para apresentar aos candidatos e só depois decidirá quem apoiar. Nos Açores, o partido não se compromete e dá liberdade aos militantes.

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PSD-Açores vai manter-se neutro Martin Henrik

A Madeira, para já, não se compromete com nenhum dos nomes que estão a ser avançados para a sucessão de Pedro Passos Coelho na liderança do PSD. Primeiro, explica ao PÚBLICO o secretário-geral dos sociais-democratas madeirenses, Rui Abreu, quer saber realmente quem irá concretizar uma candidatura para depois ver quais os compromissos que irá assumir com o arquipélago.

“Vamos aguardar para saber quem ou quais são os candidatos”, diz Rui Abreu, acrescentando que após serem conhecidos os nomes, o PSD-Madeira irá apresentar um conjunto de matérias que considera essenciais para a região autónoma.

Só mediante a resposta às reivindicações madeirenses é que a direcção regional do partido se decidirá por Pedro Santana Lopes, Rui Rio, um eventual terceiro nome que surja ou nenhum deles. “Podemos ou não apoiar um candidato ou deixar que sejam os militantes do PSD-Madeira a decidirem individualmente em quem irão votar.”

Primeiro, insiste Rui Abreu, é necessário saber qual a sensibilidade da futura liderança social-democrata para as questões madeirenses. O dossier que será apresentado às candidaturas é o mesmo que ciclicamente tem sido proposto a Lisboa em sede de discussão de Orçamento de Estado, desde que Miguel Albuquerque sucedeu a Alberto João Jardim na presidência do PSD-Madeira, em 2015.

À cabeça está o financiamento do novo hospital do Funchal. O primeiro-ministro António Costa comprometeu-se a assumir metade dos 340 milhões de euros, que englobam a construção e o equipamento da nova unidade de saúde, mas o Funchal tinha a expectativa que a obra fosse enquadrada como projecto de interesse comum, sendo assim comparticipado pelo Estado a 80%.

Depois está a questão da regularização dívida dos subsistemas de saúde da PSP e das Forças Armadas à região, que, nas contas madeirenses ronda os 16,5 milhões de euros, e a redução das taxas de juro do empréstimo contraído pela Madeira ao Estado, em 2012. A taxa de juro, defende o PSD local, deve ser alinhado pelo valor com que o país está a pagar para se financiar no exterior.

Também as ligações aéreas e marítimas entre o arquipélago e o continente vão estar nestas conversações. Rui Abreu, tal como tem sido a narrativa do executivo madeirense, considera que está em causa o Estado assumir os custos inerentes à coesão territorial, tal como consta da Constituição.

Se a Madeira prefere esperar para ver, o PSD-Açores garante que vai manter-se institucionalmente neutro. “O importante é que o partido não ande para trás”, diz ao PÚBLICO o líder dos sociais-democratas açorianos, Duarte Freitas, lembrando que por tradição o PSD-Açores não apoia candidatos à São Caetano. “Individualmente os militantes açorianos podem envolver-se, mas como estrutura o PSD não irá mostrar preferências.”

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