Portugal-Suíça: início triste, final feliz

Selecção portuguesa bateu a Suíça e garantiu o apuramento directo para o Mundial 2018. Autogolo de Djourou desbloqueou a partida no Estádio da Luz e André Silva confirmou o triunfo.

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Jogadores de Portugal agradecem o apoio do público LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Fernando Santos dá instruções para dentro do relvado LUSA/MIGUEL A. LOPES
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João Mário Bernardo Silva e André Silva comemoram um golo LUSA/ANTONIO COTRIM
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Adeptos de Portugal no Estádio da Luz LUSA/ANTONIO COTRIM
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Cristiano Ronaldo tenta fugir a vários adversários LUSA/ANTONIO COTRIM
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William Carvalho, um dos melhores de Portugal, em acção Reuters/JON NAZCA

Apesar de nunca por lá ter passado durante a fase de apuramento, Portugal terminou no primeiro lugar do Grupo B e garantiu a qualificação directa para o Mundial 2018. Um triunfo por 2-0 sobre a Suíça permitiu à selecção portuguesa corrigir o passo em falso dado na jornada inicial, em Basileia. As duas equipas terminam empatadas com 27 pontos, mas a vantagem é portuguesa graças à superior diferença entre golos marcados e sofridos. Um autogolo de Djourou deu início às celebrações no Estádio da Luz, que subiram de tom quando André Silva ampliou o marcador. A noite acabou com jogadores e equipa técnica abraçados no relvado, unidos por uma bandeira nacional gigante, e o hino cantado “a cappella” pelas bancadas.

A missão estava cumprida com sucesso e a viagem marcada para a Rússia, anfitriã do Campeonato do Mundo. Será a décima fase final consecutiva para a selecção portuguesa, numa série que começou com o Euro 2000. Mas a caminhada para o Mundial 2018 começou com um tropeção, três meses depois de a equipa nacional ter-se sagrado campeã da Europa. A derrota na Suíça prometeu complicar a tarefa neste apuramento, até porque seria o início de uma série de nove triunfos consecutivos para os suíços, e a selecção foi obrigada a descer à terra. Portugal manteve a perseguição e na última jornada dependia de si próprio para assegurar a qualificação directa e evitar o play-off.

O início da partida denunciou a ansiedade que se sentia de parte a parte. Lentas e previsíveis, as duas equipas não arriscavam um milímetro – Portugal estava obrigado a ganhar mas Fernando Santos garantira que a equipa não ia entrar desesperada por marcar, enquanto a Suíça podia jogar com dois resultados, porque o empate seria suficiente para garantir o primeiro lugar.

Quando Portugal (com cinco alterações relativamente ao jogo em Andorra) conseguia chegar às imediações da área suíça, os cruzamentos saíam, invariavelmente, para fora ou para as mãos do guarda-redes Sommer. Já a equipa orientada por Vladimir Petkovic, quando conseguiu soltar-se um pouco, ameaçava mas não concretizava.

A selecção portuguesa deu-se ao luxo de "jogar apenas dez minutos" na primeira parte e teve a felicidade de ir para o intervalo em vantagem graças a um autogolo. A primeira situação de verdadeiro perigo surgiu num remate fortíssimo de Bernardo Silva (32’) defendido pelo guardião suíço, a que se seguiram iniciativas de Cristiano Ronaldo e André Silva. Sommer resolveu tudo, mas não conseguiu antecipar a “traição” de Djourou. O cruzamento foi de Eliseu, João Mário fez-se ao lance com Sommer mas a bola passou, tocou no defesa e entrou na baliza.

Era a injecção que a equipa nacional e as bancadas da Luz precisavam. Na segunda parte viu-se uma selecção mais aguerrida e que ameaçou continuamente. Cristiano Ronaldo atirou por cima após jogada de Bernardo Silva, e o futebolista do Manchester City voltou a estar em evidência pouco depois, ao oferecer o 2-0 a André Silva. A jogada foi soberba: Bernardo combinou com João Moutinho, surgiu em excelente posição e não foi egoísta, fazendo a bola passar por toda a defesa suíça, entregando de bandeja o golo ao jovem avançado do Milan. Sem oposição, André Silva só teve de encostar – leva 11 golos em 17 internacionalizações.

As coisas complicavam-se para a Suíça, que tinha de arriscar para manter vivas as esperanças de qualificação directa. Mas, com a excepção de uma bola de Shaqiri desviada para fora por Seferovic, pouco se viu.

Portugal, por seu lado, entrava na fase de jogar para Cristiano Ronaldo. O capitão da equipa portuguesa estava na luta pelo título de melhor marcador desta fase de qualificação (Lewandowski levou a melhor) e não se cansou de tentar alvejar a baliza suíça. De todas as formas e feitios, mas sem sucesso. Por pouco não chegou ao cruzamento de Bernardo Silva (76’) e depois desperdiçou de forma incrível, quando surgiu cara a cara com Sommer (79’). Cristiano Ronaldo sentou o guarda-redes, mas perdeu-se em fintas e permitiu ao guardião ficar com a bola.

Mas o principal já estava feito, com o final feliz garantido para esquecer o início triste desta fase de apuramento. Portugal estará pela sétima vez num Campeonato do Mundo, relegando a Suíça para o play-off. No mesmo estádio onde, em 2004, a selecção portuguesa perdeu traumaticamente o Europeu que disputou em casa, a equipa de Fernando Santos rompeu com o passado recente e fez a festa. Para o ano, na Rússia, há mais.

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