Recuperação no privado e no público a ritmos semelhantes

Número de inscritos aumentou 3,5% nos últimos dois anos lectivos. Politécnicos com mais altas taxas de crescimento do que as universidades.

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Nelson Garrido

Já se sabia que, nos últimos dois anos, o número de inscritos no ensino superior tinha aumentado, contrariando anos de regressão na procura. O que não se sabia é que a recuperação tem sido feita a um ritmo semelhante pelo ensino superior público e pelo privado. É isso que mostram as estatísticas oficiais divulgadas, na semana passada, pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. No final do ano lectivo 2016/17 havia mais 3,5% de alunos em todo o sistema de ensino superior do que em 2014/15.

O número total de inscritos no ensino superior subiu nos últimos dois anos lectivo (2015/16 e 2016/17). O fenómeno foi praticamente transversal ao ensino público e ao privado. De forma mais exacta, as universidades e politécnicos particulares apresentam até uma taxa de crescimento ligeiramente mais elevada (3,57%) do que as congéneres que pertencem à rede do Estado (3,51%).

Este comportamento semelhante entre o ensino superior público e o privado nota-se também quando se analisa a forma como evoluiu o número de inscrições em cada um dos dois subsectores do ensino superior. Em ambos os casos há também paralelos, com os institutos politécnicos a aumentarem mais o seu número de inscritos do que as universidades.

Entre 2014/15 e 2016/17, os institutos politécnicos públicos cresceram 9,7%, ao passo que os privados tiveram um aumento do total de estudantes um pouco maior: mais 11,6% inscritos. O aumento do número de alunos no subsector universitário é relativamente marginal tanto no sector público como no privado. No primeiro, o total de inscritos cresceu 0,25% nos últimos dois anos lectivo, ao passo que, no segundo, o crescimento foi de 0,8%.

Estes números são publicados no Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior relativos a inscritos no letivo 2016/2017, divulgado na semana passada pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. São contabilizados todos os inscritos, nos vários anos de cada curso superior e não apenas os estudantes que entram de novo no 1.º ano.

O número total de inscritos subiu nos últimos dois anos lectivos depois de ter caído consecutivamente nos três anos anteriores. A crise económica teve um efeito muito negativo na capacidade de as famílias, sobretudo da classe média, enviarem os seus filhos para estudarem nas universidades. A quebra do clima de confiança também fez com que muitas pessoas tenham passado a olhar para o ensino superior como um investimento menos prioritário.

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